segunda-feira, 26 de julho de 2010

Folha Rural traz entrevista com agricultores atendidos pelas Redes no assentamento de Pariparó

A terra em boas mãos
As boas práticas de produção aplicadas no assentamento Pariparó, em Londrina, pelas famílias Barbosa e Duarte melhoram a produtividade e fazem bem para a natureza

Na comunidade Pariparó, um dos primeiros assentamentos instalados na região norte do Paraná ainda na década de 1980, onde o olhar alcança percebe-se que a terra é tratada com respeito. Os campos verdes do trigo já entrando na fase de maturação são o sinal de que a agricultura responde conforme o cuidado que recebe. E no caso desse pedacinho de terra, pouco maior que 130 alqueires divididos em 23 lotes, as boas práticas adotadas na lavoura resultam em bons índices de produtividade, ao mesmo tempo em que agridem menos o solo e colaboram para a preservação do meio ambiente.
Um bom exemplo vem da família Barbosa, uma das primeiras a se instalar em Pariparó. Na área de 13 alqueires, formada pelos sítios Santa Luzia, Mambru e Duarte, Levindo José Barbosa, 68 anos, junto com seu filho Carlos Alberto, 46, e o genro José de Souza Duarte, 46, dão mostra de que para produzir e se manter na atividade é preciso amar a terra mas também se profissionalizar. Há 14 anos adotam o plantio direto, praticam a rotação de cultura, fazem constantemente análises de solo, minimizam o uso de defensivos agrícolas e quando podem ainda aplicam os produtos orgânicos.
Trabalhar diretamente com agrotóxicos, afirmam, é complicado pois encarece a produção e pode prejudicar a saúde. Mas na hora de aplicar mudanças na lavoura, a preocupação deles vai além. ''A gente fica pensando que tipo de alimento estamos produzindo, como estamos cuidando do solo e, principalmente, que tipo de terra, de meio ambiente estamos deixando para nossos filhos'', justifica Carlinhos.
''A nossa preocupação é geral, com as pessoas, com o meio ambiente'', confirma Duarte, mais conhecido como Zuza. Ele enumera as ações e lembra que a terra é tão bem cuidada e ''vigiada'' que já ficaram 4 anos sem usar veneno contra percevejo, praga que ataca as lavouras do feijão e do milho. Além disso, usaram durante muitos anos - e só pararam porque o produto faltou no mercado - o Baculovírus, produto biológico que oferece bom controle da lagarta da soja, mas não afeta quem aplica nem animais e plantas, além de reduzir os custos de produção. Tudo isso, claro, com ajuda de técnicos e agrônomos que acompanham de perto a atividade agrícola no Pariparó.
Hoje em dia, observa Carlinhos, a orientação de um profissional é fundamental para o negócio dar certo. ''Queremos melhorar cada vez mais, e para isso contamos com a ajuda de muitos profissionais'', reforça. Técnicos de cooperativas, da Emater, do Iapar estão sempre por perto orientando os produtores.
Antigamente, lembra seu Levindo, não era necessário tantos cuidados porque a incidência de pragas e doenças era menor e não havia tantas possibilidades de produção. ''Mas agora precisamos acompanhar as mudanças, a tecnologia, não dá mais para trabalhar sem orientação'', afirma. E a terceira geração da família já participa das atividades na lavoura e entende bem que a busca por informação e tecnologia é fundamental. Eduardo Barbosa Duarte, 17, filho de Zuza, e Carlos Júnior, 13, filho de Carlinhos, acompanham todas as etapas de produção. E, segundo os pais, têm tudo para serem bons produtores no futuro.

Erika Zanon
Reportagem Local
Folha de Londrina

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