quarta-feira, 29 de abril de 2009

Stephanes apresenta propostas para aperfeiçoar legisalação ambiental


Curitiba - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, defendeu nessa segunda-feira (27) propostas para aperfeiçoamento da legislação ambiental brasileira. Segundo ele, são alterações que podem viabilizar a agricultura, setor que, mesmo na crise, manteve-se com capacidade de produção e exportação. “Entre os oito itens positivos na pauta das exportações, sete são agrícolas”, disse ele.
Uma das sugestões é manter a permissão de atividades agropecuárias em áreas de preservação permanente (APPs) já consolidadas (topos de morro, encostas e várzeas). Isto é, somar as APPs com as área de reserva legal, explicou Stephanes, durante encontro com parlamentares na sede da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
Nas várzeas, existem plantações de arroz. Nas encostas, são plantadas frutas. Em Minas Gerais, são as plantações de café que garantem ao estado a condição de maior produtor nacional do grão." No entanto, pela lei, essa produção atualmente é ilegal, mas todas são plantações que não trazem problemas ao meio ambiente.
Para o ministro, se um agricultor já planta 20% da área para preservar nascentes de rios, não precisa manter a reserva legal. As APPs são locais de floresta e vegetação ao longo de rios, nascentes, várzeas, encostas e topos de morro. Já a reserva legal é o percentual de floresta que deve permanecer intacto em propriedades rurais e que varia de acordo com os biomas: 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e 20% nos demais.
De acordo com Stephanes, se o agricultor tem que fazer a reserva legal, mas não tem condições de providenciar isso na propriedade, deveria ter permissão para plantar, como compensação, em outro local, até mesmo em outro estado.
"Isso se aplica muito ao Paraná, que é um estado ambientalmente correto. No entanto, seria preciso sacrificar 4 milhões de hectares para atender as necessidades do Código Florestal. O que preocupa é que milhares de pequenos agricultores perderiam a capacidade de produção, além de uns 15 milhões de toneladas de produtos”, afirmou.
Com isso, Stephanes teme que algumas comunidades e pequenos municípios possam até mesmo desaparecer. Ele defende tratamento especial ao pequeno agricultor que não tem condições de cumprir a legislação ambiental.
Pequenos proprietários poderiam fazer reflorestamento com florestas manejáveis, que tragam rendimento econômico, árvores que pudessem ser exploradas economicamente, como o babaçu e o dendezeiro”, sugeriu.
O ministro elogiou a iniciativa da Ocepar, que elaborou um documento com as sugestões dos paranaenses para o aperfeiçoamento da legislação ambiental. Segundo ele, é preciso que todos participem, pois são muitos os responsáveis pelos danos ao meio ambiente, e quem sai prejudicado é sempre o pequeno agricultor.
Stephanes defendeu uma mobilização nacional nos interesses da agricultura, que responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e riquezas produzidos no país). “Toda essa discussão está nas mãos dos parlamentares, que precisam se articular e definir soluções em curto prazo e incluir no projeto que já está tramitando no Congresso Nacional. A aprovação dessas medidas deve ser por meio de emendas. Uma legislação ambiental simples e de fácil entendimento para os produtores.”


Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil

Agricultores familiares do Paraná queixam-se de corte no Ministério do Desenvolvimento

A questão dos cortes no orçamento brasileiro está preocupando os agricultores familiares do Paraná. Por isso, a repórter Kátia Baggio, do Canal Rural conversou com alguns produtores, para saber o que eles acharam da redução de mais de 30% no orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Assista a matéria.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Exportações de orgânicos passam longe da crise


Curitiba - A exportação brasileira de orgânicos não sofrerá com a crise econômica mundial e deve crescer entre 5% e 10% em volume encaminhado aos Estados Unidos e Europa e não terá alteração nos envios ao Japão. A avaliação é do coordenador do projeto Organics Brasil, Ming Liu, diante da boa resposta aos produtos nacionais pelos países exportadores. Embora não haja números oficiais, a estimativa é que o Brasil gere entre R$ 200 milhões e 250 milhões em receita oriunda do comércio de orgânicos. No mundo, os valores saltam para US$ 43 bilhões.

No primeiro quadrimestre do ano, a Organics Brasil participou de três feiras internacionais e faturou US$ 10 milhões em negócios fechados e US$ 23 milhões em negócios futuros. ''Superou os números do período passado'', afirma Liu que prevê uma alta de 20% nas exportações dos 71 associados do projeto, que em 2008 captaram US$ 58 milhões em divisas. A Organics Brasil, entidade de fomento à exportação, participa ainda neste ano, pela primeira vez, das feiras comerciais na Itália e Reino Unido, e no ano que vem, na Índia, como política de expansão de mercados.
A produção de orgânicos cresce entre 15% a 20% por ano no Paraná segundo a Griffe Orgânica - braço comercial da ONG Parque de Tecnologia Social (PTS) - e, a partir deste ano, a participação no mercado exterior de micro e pequenos produtores deve também aumentar. Um convênio de comercialização que envolve a entidade (marca sob a qual serão vendidos os artigos), o Instituto de Comércio Exterior do Paraná (Cexpar), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e os Correios promete desburocratizar o escoamento de produtos e desonerar taxas aduaneiras.
A viabilização do comércio será pelo programa Exporta Fácil, dos Correios. O sistema permite mandar lotes de até 30 quilos e US$ 50 mil para até 200 países com o preenchimento de um único formulário na própria agência dos Correios. O serviço é oferecido em 8 mil agências dos Correios habilitadas, espalhadas por todo País. A primeira remessa de chá, mel e caqui em passa saiu do Brasil dia 20 de abril rumo ao Canadá e União Européia. ''O projeto permite que produtores de agricultura familiar vendam lá fora, o que antes era inviável por falta de escala e incentivos econômicos'', explica o coordenador da Griffe Orgânica, Fábio Cunha.
O empresário Rodrigo Andreoli exporta chás verde e de erva mate orgânicos há quatro anos e sempre utilizou os Correios para encaminhar produtos ao exterior, principalmente as degustações, no período de captação do cliente. ''O sistema é mais barato e desburocratizado em relação ao transporte aéreo particular ou marítimo, além de ser seguro e rápido'', comenta Andreoli. Para ele, o lançamento do projeto colabora ainda mais com a expansão para o mercado internacional, que no caso do chá, deve atingir a marca entre 20% e 25% neste ano. A empresa de Andreoli exporta para o Japão, Estados Unidos, Alemanha e França e, embora não revele o volume negociado, o empresário espera crescer conforme as previsões de mercado e fortalecer o comércio interno.
Cláudia Palaci
Equipe da Folha

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Treinamento é de extrema importância para os bolsistas, diz Rafael Fuentes

Confira um trecho da entrevista do coordenador das Redes no IAPAR, Rafael Fuentes, sobre a importância desse treinamento para os novos bolsistas das Redes de Referências para Agricultura Familiar.

Novos Bolsistas participam de treinamento das Redes em Londrina


A equipe das Redes de Referências para Agricultura Familiar organizou, na última quinta-feira (16), um treinamento para os novos bolsistas ingressantes nas Redes neste mês de abril. Participaram do treinamento 30 profissionais, entre graduandos e recém formados em diversas áreas, que atuarão diretamente nas atividades das Redes em todo o Paraná durante os próximos 21 meses. Se você participou dos Seminário e treinamento, responda nossa enquete ao lado. Se quiser baixar as fotos do pessoal, clique aqui.
Abraços
Victor Lopes

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Comissão de Agricultura vai realizar audiências públicas no interior para debater o Código Florestal e o Sisleg


Postagem a pedido de Dimas Soares Junior
Para ouvir os agricultores de diversas regiões do estado sobre a adequação às exigências do Código Florestal e sobre o vencimento do prazo dado para a recuperação de pelo menos a metade da reserva legal, que expira no final deste ano, a presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Paraná, deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), está propondo a realização de audiências públicas regionais com a finalidade de discutir o assunto. Luciana vai colocar a ideia na pauta da próxima reunião da Comissão, que acontecerá na terça-feira, dia 7, às 11h, na Sala das Comissões da Casa, em Curitiba.
Em contato com as organizações da agricultura familiar e com representantes dos territórios, a deputada já fechou duas sugestões de datas: a primeira audiência está prevista para acontecer no dia 24 de abril, em Prudentópolis, e a segunda em Francisco Beltrão, no dia 30. Outras regiões que já manifestaram interesse em realizar essas audiências públicas são: Centro, Oeste, Sul, Norte, Noroeste e Vale do Ribeira.“Todos somos defensores da preservação dos recursos naturais e os agricultores familiares especialmente, porque tiram da natureza o seu sustento. Mas há uma série de questionamentos ainda por parte dos agricultores que podem ser respondidos pelas autoridades competentes e, dessa forma, pretendemos uniformizar as informações”, disse Luciana. A deputada conversou esta semana também com o coordenador estadual do Sisleg, o engenheiro florestal Luiz Renato Martini, do IAP, que será parceiro da Comissão de Agricultura nesse processo. Martini informou que das mais de 400 mil propriedades rurais existentes no Paraná, apenas 93 mil já estão cadastradas no Sisleg, ou seja, já procederam a averbação da reserva legal em cartório.
“Diversas lideranças dos sindicatos de trabalhadores rurais têm manifestado preocupação com o vencimento do prazo em dezembro e com relação à viabilidade econômica e social das pequenas propriedades rurais”, disse Luciana. “Queremos ter um retrato mais fiel possível das diferentes situações vividas pelos produtores paranaenses para buscarmos soluções”, finalizou.
Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207/PR) – (41) 9658-7588

Curso de capacitação em gestão e controle da qualidade do leite


A todos os interessados, as inscrições para o curso de capacitação em gestão e controle da qualidade do leite estão abertas até dia 3 de julho. Mais informações na matéria abaixo.

Capacitar técnicos para atuar nas propriedades rurais e indústrias que atendem o programa Leite das Crianças é o objetivo do curso de capacitação em gestão e controle da qualidade do leite. Ofertado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o curso conta com a colaboração da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), e estão sendo ofertados em quatro cidades do Paraná: Curitiba, Cascavel, Guarapuava e Londrina. A regionalização dos cursos visa facilitar e baratear a participação dos técnicos das diferentes regiões do Estado.
Segundo informações da Seab, cada curso será composto por seis módulos, com 95 horas de aulas teóricas e práticas e 25 horas para atividades complementares para a apresentação do relatório técnico, onde os alunos deverão acompanhar um produtor que fornece o leite para o programa.De acordo com o médico veterinário da coordenadoria de planejamento e gestão estratégica para cadeia produtiva do leite, Francisco Perez Júnior, os módulos abordam, além de questões relacionadas à gestão, controle de enfermidades, prevenção e erradicação de doenças como brucelose e tuberculose, que o governo espera erradicar do estado a um médio prazo. "Os módulos vão orientar os técnicos como obter uma melhor qualidade do animal e do produto. Com isso, esperamos que haja um aumento da produtividade dos rebanhos leiteiros que atendem a esse programa do governo do Estado", comenta.Para o médico veterinário, a preocupação em manter sempre a qualidade do produto deve nortear o trabalho dos técnicos. "Nós temos falado muito sobre a questão da segurança alimentar. Assim que o leite sai do animal, ele tende a piorar. Trabalhamos então para que todo o processo do leite mantenha o máximo possível de sua qualidade e cuidamos ainda para que os bovinos leiteiros sempre tenham saúde. Se o animal estiver doente, vai gerar um leite ruim, o que significa que os seus derivados não terão uma boa qualidade. Como esses produtos serão consumidos por crianças, a preocupação é ainda maior", enfatiza.
O público alvo é voltado para técnicos com ensino médio, contudo, segundo Perez Júnior, pessoas com curso superior têm se interessado em cursa-lo. "A maioria dos alunos tem formação técnicas, mas temos turmas em que há médicos veterinários, agrônomos, zootecnistas e biólogos. Isso demonstra a qualidade do curso e ficamos satisfeitos com essa procura, que tem sido grande", conclui.
Para mais informações sobre o curso de capacitação em gestão e controle de qualidade do leite, o e-mail para contato é uhlig@seab.pr.gov.br ou osmarb@seab.pr.gov.br. O curso é gratuito, porém o deslocamento, alojamento e alimentação são de responsabilidade do participante.