quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Coordenadores das Redes de Referências revisam metodologia de trabalho para capacitar até 300 técnicos do Emater

Da esquerda para a direita: o coordenador das Redes pelo Iapar, Rafael Fuentes Llanillo, o coordenador das Redes pelo Emater, Edson Luiz Diogo de Almeida, o coordenador da mesorregião norte das Redes, Dimas Soares Junior e o articulador da mesorregião noroeste das Redes, Flavio Antonio Degaspari da Cunha

A adequação na metodologia visa atender as necessidades de trabalho em cerca de 3000 Unidades Referencias de Difusão que o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) deverá conduzir nos próximos anos. As discussões com as equipes técnicas terão início na primeira quinzena do mês de março, na região de Francisco Beltrão.
De acordo com o coordenador da mesorregião norte das Redes, Dimas Soares Júnior, que participou das duas últimas reuniões juntamente com os coordenadores estaduais do Projeto, Rafael Fuentes Llanillo e Edson Luiz Diogo de Almeida e com o articulador da mesorregião noroeste das Redes, Flavio Antonio Degaspari da Cunha, os envolvidos revisaram os instrumentos de coleta de dados que permitem a execução da tipologia, do diagnóstico e do acompanhamento das unidades produtivas.
Soares Júnior acrescenta que os integrantes das Redes promovem agora a parte executiva da proposta de capacitação de técnicos do Emater. “Já temos ações agendadas para os meses de março, abril e maio e, nessas oportunidades, faremos uma discussão com os técnicos para operacionalizar o trabalho em campo. Para isso, vamos oferecer instrumentos que sejam mais adequados, principalmente em função da simplificação de alguns procedimentos”, afirma.
Segundo o coordenador das Redes pelo Emater, Edson Luiz Diogo de Almeida, os produtores serão cadastrados no Sisater, aplicativo já usado pelo Emater em caráter estadual. Desse sistema, serão extraídas algumas variáveis para a execução da tipologia das propriedades. “O Sisater já possui uma ampla base de produtores cadastrados em todo o estado e, extraindo uma tipologia a partir deste cadastro, teremos um questionário mais simplificado, porém com uma amplitude maior de abrangência”, explica.

Institut de l’Elevage  
A metodologia de pesquisa e desenvolvimento (P&D) das Redes foi adaptada a partir da experiência do Institut de l’Elevage, da França, e tem como principal objetivo desenvolver sistemas de produção sustentáveis para a melhoria da renda e da qualidade de vida das famílias rurais.
De acordo com Soares Júnior, essa tentativa de simplificar a metodologia de trabalho para ampliar a abrangência de propriedades assistidas também pode ser encontrada na experiência francesa. “Existe um dispositivo de trabalho chamado Redes Observatório, que consiste em um processo de compartilhamento de um número mais restrito de informações padronizadas obtidas em maior escala de coleta”, conta.

Crédito de imagem: Arquivo/Projeto Redes
Crédito de texto: Cinthia Milanez
Bolsista de Comunicação Social – Jornalismo
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E-mail: comunicacaoredes@iapar.br


Coordenador das Redes de Referências pelo Iapar recebe visitantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP)

Grupo de visitantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP) em frente ao saguão principal do Iapar

O coordenador do Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar pelo Iapar, pesquisador do Grupo de Plantio Direto do Instituto e também 2º secretário da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), Rafael Fuentes Llanillo, recebeu mais de 40 visitantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP), no último dia 23, na sede do Instituto. O grupo participava da 2ª Expedição Sistema de Plantio Direto Brasileiro, que ocorreu entre os dias 22 e 29 de janeiro e teve como principal objetivo educar e atualizar os envolvidos em relação às técnicas de manejo e conservação de solo, bem como à sustentabilidade ambiental.
Assim que chegaram ao Iapar, os visitantes assistiram à palestra de Fuentes e logo depois, conheceram a Estação Experimental do Instituto. Na palestra, os estudantes tiveram uma breve apresentação sobre o cenário agrícola paranaense, os princípios do Sistema de Plantio Direto com Qualidade (SPDQ) e a discussão de problemas de erosão quando o sistema não é operado adequadamente. O palestrante ressaltou que dos 25 milhões de hectares no Sistema de Plantio Direto no Brasil, o Paraná é responsável por 5 milhões (20%), mesmo tendo apenas 2,3% do território nacional.
Já para o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP), Godofredo César Vitti, o Plantio Direto é uma questão de sobrevivência no Brasil e o estado do Paraná possui bons exemplos na área. “Como nós vivemos em um país tropical, um país altamente submetido à erosão, à lixiviação e à perda de nutrientes do solo, o principal objetivo da nossa visita ao Iapar é mostrar as vantagens e os pontos fracos do Plantio Direto aos estudantes envolvidos com o GAPE, que é o Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão da Esalq”, conclui.

13º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha
Fuentes aproveitou a visita dos estudantes da Esalq para divulgar o 13º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que deverá acontecer entre os dias 9 e 11 de julho no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo (RS). Dentre os temas que serão discutidos no evento, destacam-se os desafios e oportunidades referentes à diversificação da produção, manejo fitossanitário no Sistema de Plantio Direto, manejo da fertilidade física, química e biológica do solo, agricultura de precisão e qualidade de semeadura.

Crédito de texto e imagem: Cinthia Milanez
Bolsista de Comunicação Social – Jornalismo
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Ex-coordenador estadual das Redes pelo Emater avalia as ações do Projeto

O ex-coordenador estadual das Redes de Referências pelo Emater, Sérgio Luiz Carneiro

O engenheiro agrônomo Sérgio Luiz Carneiro foi coordenador estadual das Redes pelo Emater até o ano retrasado, quando foi substituído pelo também engenheiro agrônomo Edson Luiz Diogo de Almeida. Após a sua saída, assumiu a gerência regional do Instituto em Londrina. Na entrevista abaixo, Carneiro vê de forma positiva as ações passadas e presentes do Projeto.

Como coordenador das Redes de Referências pelo Emater até o ano retrasado, o que o senhor mudaria no Projeto?
O Projeto Redes de Referências é resultado de um conjunto de experiências exitosas: do Iapar, em especial no estudo de Sistemas de Produção Agropecuários; do Institut de L’Élevage, da França, na metodologia de redes de propriedades rurais de referências; e do Emater, no âmbito da extensão rural. Foi aprimorado por meio de adaptações para atender a diversidade rural paranaense, com regiões contrastantes e produções múltiplas. Os pesquisadores e extensionistas envolvidos no Projeto dominam as estratégias metodológicas para orientar intervenções com objetivo de melhoria da renda e da qualidade de vida no campo. Não proporia mudança neste aspecto. Há uma nova proposta de se criar redes simplificadas para transferências de tecnologias, que representa um importante avanço. Sugiro como complemento incluir na agenda de trabalho os estudos prospectivos de cenários e a relação dos agricultores com o mercado.  

Como o senhor vê o trabalho das Redes atualmente?
A importância das Redes ficou evidenciada pelos bons resultados apresentados, fruto da qualidade da ação integrada entre pesquisa e extensão.  No presente momento, em que se busca a reconstrução nacional do serviço de Ater, o Projeto pode contribuir com métodos de inovação e de transferência de tecnologia, por meio de abordagem que incorpora a visão sistêmica e a construção participativa de alternativas voltadas à melhoria de renda e agregação de valor na agricultura familiar.  As Redes detêm as condições necessárias para participar do processo de aprimoramento metodológico da extensão rural, cujo principal desafio é atuar em comunidades pobres, na busca da redução das desigualdades no meio rural.

Qual o papel do Emater nas Redes de Referências?
O papel do Emater é executar as políticas agrícolas e promover o desenvolvimento rural sustentável, por meio da prestação de serviço de assistência técnica e da mobilização de lideranças locais, dirigentes de organizações de agricultores e da população rural. Mas nem sempre foi assim. O termo Extensão Rural no decorrer de sua existência adquiriu um caráter polissêmico em função das diversas atribuições do extensionista rural, de acordo com o contexto histórico. A título de exemplo, os papéis do extensionista variaram de educador formal e informal; de orientador de crédito rural; de difusor de inovações tecnológicas; de educador dialógico; de comunicador rural e animador de planejamentos participativos; de mobilizador para a participação sociopolítica da população rural; de agroecologista; e de articulador do desenvolvimento local. Nas Redes de Referências, junto com os pesquisadores, os extensionistas utilizam métodos de pesquisa aplicada. Analisam informações e participam na construção dos conhecimentos gerados. O Projeto permite ao extensionista ampliar a dimensão do seu papel tradicional, adquirindo novas competências, que melhoram o seu desempenho profissional. É um ótimo aprendizado, que decorre da vivência experiencial simultânea do extensionista, pesquisador e agricultor.   

O Iapar e o Emater estão com uma proposta de capacitar até 300 técnicos do Instituto com uma metodologia simplificada das Redes. O senhor acredita no sucesso dessa iniciativa?
Sim, acredito no sucesso dessa iniciativa, que está vinculada ao processo de qualificação dos serviços prestados pelo Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), coordenado pelo Secretário Estadual da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. Um conjunto de ações organizadas no âmbito do Seagri, com parceiros ligados ao setor rural (Prefeituras, Cooperativas, Sindicatos, Agentes Financeiros, Sebrae, Senar, dentre outros), será fundamental para o alcance de resultados desejáveis, tais como a redução dos atuais bolsões de pobreza no campo e de problemas relacionados com a degradação ambiental.  Neste sentido, os mecanismos de integração da Ater com a Pesquisa devem ser fortalecidos para promover inovações tecnológicas e aprimorar métodos de gestão de unidades produtivas familiares nas dimensões sociais, ambientais e econômicas. Os Institutos Iapar e Emater, executores do Projeto Redes de Referências, com a proposta de se criar redes simplificadas para transferência de tecnologias validadas, vão seguramente ampliar a representatividade do público assistido e os resultados alcançados.

Crédito de imagem: Arquivo/Projeto Redes
Crédito de texto: Cinthia Milanez
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