quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Redes de Referências promovem curso de capacitação para produtores de leite em Pato Branco

A equipe das Redes de Referências para a Agricultura Familiar realiza, nesta quinta-feira, dia 26, um curso de capacitação a produtores de leite, com ênfase na área das forrageiras de inverno. O evento ocorre na Unidade Regional de Pesquisa do IAPAR, em Pato Branco, e conta com um público estimado em 40 pessoas, entre produtores, técnicos, pesquisadores e outros agentes envolvidos nos trabalhos das Redes.
“A ideia principal é trazer à Unidade os agricultores e todo o pessoal que está envolvido nas Redes de Referências, para que eles conheçam melhor o trabalho e as atividades que são feitas no IAPAR”, conta o assistente de Ciência e Tecnologia do Instituto, José Nilton Sanguanini. “Às vezes as pessoas não sabem o que acontece exatamente, então o objetivo do encontro é fazer essa integração entre o produtor e a Instituição”, complementa.

No curso, serão ministradas palestras sobre temas que compõem a atividade leiteira, como manejo, integração lavoura-pecuária e pastagens. No período da tarde, os participantes farão uma visita a campo, para conhecer a coleção de forrageiras, bem como outras tecnologias desenvolvidas pelo IAPAR.

A pesquisadora do Instituto em Pato Branco, Norma Kiyota, esclarece que, como boa parte das famílias participa das Redes há, relativamente, pouco tempo (cerca de 1 ano), o curso faz parte de um processo de formação, que teve início com o diagnóstico das propriedades.

“É interessante ressaltar que este curso não é uma iniciativa estanque, ele faz parte de todo um processo de formação dos produtores”, diz Norma. “Outro ponto é que estamos formando, estruturando, uma equipe com profissionais novos e pretendemos agora regionalizar a pesquisa, adequá-la às características aqui da região sudoeste”, acrescenta a pesquisadora, que também destaca a importância da integração entre as famílias atendidas pelas Redes e a Unidade do IAPAR em Pato Branco.

“Então, antes de começar o curso, nós vamos apresentar os pesquisadores e a Instituição, para fazer com que os produtores conheçam a realidade aqui do IAPAR”, conclui Norma.

As Redes em Pato Branco – O extensionista da EMATER em Pato Branco, José Antonio Nunes Vieira, conta que, no momento, as ações das Redes de Referências no município têm se concentrado no fechamento das áreas de lavoura, com o objetivo de analisar os benefícios que o sistema integração lavoura-pecuária pode trazer aos agricultores no próximo ano, tanto com a produção de grãos, quanto com a atividade leiteira.

“Estamos analisando para que ele, o produtor, não tenha somente grãos ou leite, mas o conjunto que envolve toda a sistemática da agricultura familiar. Está sendo feito, também, um mapeamento, para trabalhar a rotação de culturas e o manejo, dentro do sistema de integração lavoura-pecuária”, explica Vieira.

“E um dos objetivos deste curso do dia 26 é fazer com que os produtores também consigam entender esse processo, os benefícios que esse sistema pode trazer”, completa o extensionista.

Programação:

Curso sobre integração lavoura-pecuária
Data: 26 de agosto de 2010 – quinta-feira.

Horário: 8:30 às 16:00 hs.

Local: Iapar – Pato Branco.

Participantes: famílias do Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar e técnicos (40).

Coordenação do evento: Dra. Norma Kiyota – Pesquisadora da Área de Socioeconomia.

Programação:
08:30 Recepção

09:00 Abertura
Alceu Luis Assmann – Coordenador Regional Técnico de Pesquisa do Iapar
Ilário João Caglioni – Gerente Regional Emater
Responsável: Norma Kiyota

09:15 Atividades do Iapar.
Apresentação dos pesquisadores dda Unidade de Pato Branco
Responsável: Dr. Alceu Luis Assmann

09:45 Integração lavoura e pecuária e resíduos da adubação química para a forragem de inverno
Palestrante: Dr. Alceu Luis Assmann

10:30 Consorciação de pastagens e cultivares de aveia
Palestrante: Dr. Elir de Oliveira

12:30 Almoço

14:00 Coleção de forrageiras (campo)
Palestrantes: Dr. André Luis Filnkler da Silveira
Eng. Agr. Francisco Migliorini

14:30 Cultivares de aveia (campo)
Palestrante: Dr. Elir de Oliveira

15:15 Outros experimentos da Estação Experimental do Iapar (campo)
Responsáveis: Dr. Alceu Luis Assmann
Téc. Agr. José Nilton Sanguanini
Téc. Agr. Eloir Myszka

16:00 Encerramento.

As Redes de Referências – Conduzidas pelo IAPAR e pelo EMATER, as Redes de Referências constituem um programa de colaboração e desenvolvimento à agricultura familiar. As Redes atuam em diversas regiões do estado, visando a aplicação do conhecimento científico na construção de sistemas produtivos melhorados. As Redes de Referências para a Agricultura Familiar têm o apoio do Programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI).

Jornalista Flávio Augusto
Mtb 7907
Bolsista na Área de Comunicação Social (Jornalismo)
Programa Universidade Sem Fronteiras / SETI / IAPAR
Telefone: (43) 3376-2249
E-mail: comunicacaoredes@iapar.br

Socioeconomia do IAPAR debate perspectivas da agricultura familiar durante 48º SOBER

Pesquisadores e bolsistas da área de socioeconomia do IAPAR participaram do 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER) ocorrido entre os dias 25 e 28 de julho. Ao todo, foram apresentados quatro trabalhos, dois deles através da exibição de pôsteres, pelos bolsistas Luis Sérgio de Oliveira Jr. e Julia Viana Ribeiro; e os outros dois em palestras ministradas pelos pesquisadores Antonio Carlos Laurenti e Norma Kiyota.
Inscrito no painel “Agricultura Familiar e Ruralidade” e com o título “A Evolução da Renda das Pessoas na Nova Ruralidade Brasileira”, o artigo de Laurenti trata da ocupação e rendimento das pessoas residentes no meio rural.

“Trabalhamos, basicamente, com dados da PNAD [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios], no período de 2001 a 2008”, conta o pesquisador. “A importância desse artigo é apresentar as tendências no período sobre renda no meio rural para as atividades agrícolas e não agrícolas, utilizando metodologia desenvolvida pela área de socioeconomia do IAPAR. Um conjunto de sínteses de processamento de dados é feita com dados da PNAD, pesquisa anual, que é, hoje, uma das principais fontes de informações sobre o meio rural, economia e ocupação das pessoas”, acrescenta.
Um dos resultados, segundo Laurenti, é a percepção de que o meio rural já não depende apenas da agricultura em sua nova dinâmica. Embora no Paraná o processo ainda ocorra de forma inversa, o pesquisador salienta que, na maioria das grandes regiões brasileiras, a população rural vem crescendo, sustentada, no entanto, por ocupações não agrícolas.
“Esse tipo de população tem taxas elevadas de crescimento, ao contrário da população economicamente ativa que trabalha na agricultura, que no Brasil vem caindo: aí o Paraná não é exceção, continua caindo também”, observa Laurenti.
“Com o desenvolvimento tecnológico, a mecanização da agricultura e a substituição de lavouras por empreendimentos agropecuários que usam menos mão-de-obra, a expectativa que se cria, normalmente, é de redução do pessoal ocupado com a agricultura. E reduzindo o pessoal na agricultura, automaticamente, as pessoas não ficariam no meio rural, iriam para a cidade”, continua o pesquisador. “Isso ainda acontece, mas o que tem se revelado é que sair da atividade agrícola não corresponde, necessariamente, a sair do meio rural. Em São Paulo, a população que trabalha em atividade não agrícola e que mora no meio rural, já é maior do que a de atividade agrícola”, completa.
Para Laurenti, os dados indicam a necessidade de fortalecer atividades de cunho não necessariamente agrícola, mas que sejam voltadas à população rural. “Porque no fim é uma valorização do meio rural, é uma alternativa à ocupação das pessoas no meio. [Como opção], entendemos que aquelas atividades que são complementares à agricultura - o processamento de matéria-prima, por exemplo, que, aí sim, é uma atividade não agrícola - possam estar mais próximas a essa linha de trabalho”, destaca. “Esse é, realmente, o caminho que estamos nos acostumando cada vez mais, com pessoas que moram no meio rural, mas cuja atividade não está mais relacionada à agricultura. E é um quadro econômico relevante”, conclui o pesquisador.
Agricultura Familiar e Ruralidade – Também presente no 48º SOBER, o pesquisador da Socioeconomia, Dimas Soares Jr., destacou a importância do painel “Agricultura Familiar e Ruralidade”, que foi fundamentado em dados do último censo agropecuário do IBGE, divulgado em setembro de 2009. “Foi um painel bastante rico, que teve apresentações dos responsáveis pelo censo, mostrando uma nova proposta de levantamento de informações para o setor, que deve entrar em vigor a partir de 2012, 2013”, conta Dimas.
“Acredito que eles farão uma pesquisa por amostragem de estabelecimentos rurais e pretendem que ela seja feita a luz do que é hoje a PNAD. Creio que isso vai enriquecer bastante, dar uma nova dinâmica às estatísticas do setor rural do Brasil. Hoje temos muita carência devido ao lapso do tempo: os censos são decenais e há, também, um lapso grande entre a coleta e a divulgação dos dados, que, no último censo, foi de três anos”, complementa o pesquisador.
Soares Jr. diz ainda que, além do aprimoramento profissional, o congresso foi importante, também, para a percepção e a consolidação do trabalho de socioeconomia realizado no IAPAR. “Foi uma oportunidade de vermos para onde o barco está navegando. E até nessa perspectiva, observamos que o que fazemos aqui está numa direção que segue o que está dentro das temáticas, principalmente em nosso foco, a agricultura familiar. O nosso conteúdo e a nossa ação estão muito próximos daquilo que se está discutindo entre os especialistas”, afirma.
Extensionista e coordenador estadual do projeto Redes de Referências, pela EMATER, Sérgio Carneiro concorda: para ele, além de trazer mais segurança ao trabalho desenvolvido, a linha de pensamento comum entre pesquisas de várias regiões do Brasil proporciona, também, inspiração para novas iniciativas no campo da extensão rural.
“Além de questões conjunturais, de ordem macroeconômica, tratadas nos painéis organizados, as apresentações de artigos técnico-científicos ofereceram explicações e soluções de problemas comuns ao meio rural”, diz Carneiro. “Temos feito um esforço em acertar na forma de fazer a intervenção e, muitas vezes, precisamos nos retroalimentar, buscar em outras fontes. Acredito que as Redes de Referências tem que estar cada vez mais presentes em congressos, apresentando os trabalhos e se posicionando, mas, também, com a possibilidade de trazer novas ideias para cá”, completa.

48º SOBER – Também compareceram ao 48º SOBER o pesquisador Rafael Fuentes, coordenador estadual das Redes de Referências pelo IAPAR, e os extensionistas da EMATER, Adenir de Carvalho, Antonio Carlos Gerva, Belmiro Ruiz Marques, Carlos Magno de Paiva Rolla e Ciro Daniel Marques Marcolini.

Jornalista Flávio Augusto , da equipe de Comunicação das Redes de Referências para a Agricultura Familiar - Programa Universidade Sem Fronteiras / Seti / IAPAR / Emater
Área de Socioeconomia - IAPAR/Londrina
Fone: 55 43 3376.2249
comunicacaoredes@iapar.br

Redes de Referências visitam propriedades no Assentamento Pó de Serra

A equipe das Redes de Referências para a Agricultura Familiar visitou, na última quinta-feira, 12, três famílias integrantes do projeto no Assentamento Pó de Serra, em Lerroville, distrito de Londrina. O intuito do encontro foi elaborar planos de melhoria dos sistemas de produção com base no debate, com os agricultores, sobre os resultados do diagnósticodas propriedades.
O Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) esteve representado pelo coordenador das Redes pela instituição, Rafael Fuentes, e pelo bolsista, Jorge Falkoski Filho. O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) contou com a presença dos gestores locais do projeto "Redes de Inovação e de Transferência de Tecnologias em Assentamentos de Tamarana, Londrina e Ortigueira”, Cristina Krawulski e Paulo Mrtvi, e pelas extensionistas Genny Seifert e Rhona Ortenzi.

O projeto “Redes Assentamentos” no Sistema Grãos + Outras Rendas e no Sistema Hortaliças teve início em abril de 2009 e nesta fase estão sendo elaborados os planos de melhoria de forma consensuada. Entre os meses de abril e dezembro do ano passado, a equipe executou os diagnósticos, considerando os objetivos da família, o uso da terra, a mão de obra familiar e contratada, a matriz das atividades, margens, autoconsumo e outras rendas, assim como os pontos fortes e fracos e as oportunidades ameaças. Em janeiro e fevereiro deste ano, os dados foram processados e desde março as discussões dos produtos de diagnóstico com as famílias têm sido feitas.

Foram visitadas as propriedades de Daniel de Oliveira (Sistema Grãos + Outras Rendas), Marcos Martins da Costa e Lucas Matheus Maciel (Sistema Hortaliças). De acordo com Paulo Mrtvi do Emater, as linhas principais propostas envolvem a conservação de solo e alternativas para o aumento da renda familiar. “Para o Marcos, foi sugerido o trabalho com piscicultura e com citricultura orgânica. Ao Daniel foi proposto café adensado orgânico. Para o Lucas, a comercialização junto a uma rede de mercados locais, o desenvolvimento de uma embalagem própria à mandioca produzida na propriedade., conta.

Segundo Genny Seifert, o projeto busca também a inclusão social dos moradores, com a regulamentação de documentos pessoais e de previdência social. A extensionista mencionou, ainda, os trabalhos para a preservação do ambiente, como o saneamento básico rural, proteção das minas e o tratamento do esgoto doméstico.

Para Rafael Fuentes, “os aspectos fundamentais no trabalho das Redes de Referência são a utilização do enfoque sistêmico, o envolvimento de equipes multidisciplinares de especialistas e a elaboração objetiva de planos de melhoria dos sistemas de produção de forma compartilhada com as famílias produtoras para atender seus próprios objetivos”.

As Redes de Referências para a Agricultura Familiar são desenvolvidas pelo IAPAR e pelo Emater e têm o apoio do Programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Renata Santos (com informações do bolsista, Jorge Falkoski; do Gestor Local do Projeto -Redes de Inovação e de Transferência de Tecnologias em Assentamentos de Tamarana, Londrina e Ortigueira - (Emater), Paulo Mrtvi; da extensionista do Emater, Genny Seifert; e do Coordenador Estadual das Redes pelo IAPAR, Rafael Fuentes Llanillo.)
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Equipe das Redes de Referências realizam visitas técnicas em 14 propriedades com produções orgânicas no Vale do Ivaí

Entre os dias 20 e 28 de julho, a equipe das Redes de Referências atuante no Vale do Ivaí realizou visitas técnicas em 14 das 19 propriedades atendidas pelo projeto “Construção e transferência de referências tecno-econômicas em sistemas de produção familiares orgânicos do Vale do Ivaí”.
Os bolsistas entregaram e capacitaram os agricultores sobre o uso dos cadernos de registros econômicos e financeiros. Tal medida permite aos agricultores controlarem os custos e os lucros do sistema produtivo. Foram visitadas as cidades de Nova Tebas, , Jardim Alegre, Cândido de Abreu, Borrazopolis, São Pedro do Ivaí, Ivaiporã e Ariranha do Ivaí.
Além da entrega dos cadernos, nestas visitas técnicas foram esclarecidas dúvidas dos produtores. O projeto ‘Orgânicos do Ivaí’ foi iniciado em abril de 2009, a próxima etapa é o plano operacional, onde ocorrem as ações práticas de ajustes, melhorias e inovações, recomendadas às famílias de agricultores. Para a continuidade dos trabalhos são consideradas as condições financeiras, a mão – de – obra, bem como o interesse e as metas de cada família.
Recentemente, a equipe se reuniu com o coordenador das Redes pela EMATER, Sérgio Luiz Carneiro, e com pesquisadores do IAPAR de Londrina para ajustar melhor as propostas de intervenções a serem feitas nos sistemas produtivos.
Os principais sistemas produtivos integrantes do projeto agroecológico das Redes tem na fruticultura orgânica, grãos e cereais orgânicos e olericultura orgânica, seus principais produtos. No município de Nova Tebas, a principal receita é oriunda da produção de frutas onde se destaca o maracujá orgânico, entretanto, a produção leiteira é crescente.
O grupo que atua na região é composto por 25 pessoas, entre bolsistas, extensionistas e o corpo de apoio do Iapar e do Instituto Emater. As Redes de Referência para a Agricultura Familiar, no Vale do Ivaí, tem o apoio do Programa Universidade Sem Fronteiras e da Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Renata Santos (com informações da Bolsista, Maria Elisa Vicentini, e do coordenador do projeto “Orgânicos do Ivaí”, Paulo Henrique Lizarelli)
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'Soja Louca' mobiliza pesquisadores

Nova doença tem causa desconhecida, mas na última safra já provocou prejuízos econômicos em algumas regiões produtoras da oleaginosa
Os sintomas observados são o afilamento das folhas do topo das plantas e o engrossamento das nervuras; vagens e grãos também apresentam deformações
Um debate sobre a Soja Louca II, problema de causa desconhecida que provocou, na última safra, prejuízos econômicos a algumas regiões produtoras de soja, será destaque na abertura da 31 Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil (RPSRCB) que será realizada nos dias 10 e 11 de agosto, no Centro de Eventos e Treinamentos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC), em Brasília, DF.
A alta incidência de soja louca ocorre indistintamente entre cultivares de soja, transgênicas RR ou convencionais, dificultando a colheita e podendo causar reduções de produtividade de até 40%. Várias causas têm sido atribuídas a este problema, mas até o momento nada foi cientificamente confirmado.
Durante a Rodada de Discussão sobre a Soja Louca II, realizada no início de julho, em Cuiabá (MT), pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi formado um grupo de trabalho para estudar o problema. Cerca de 30 participantes, sendo representantes da Embrapa e de outras instituições de pesquisa, de ensino, da Aprosoja e de empresas parceiras compõem o grupo.
Para o chefe de pesquisa da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, a Soja Louca II é uma anomalia complexa que pode estar associada a vários fatores. ''A idéia é estabelecermos um protocolo de pesquisa, que possa auxiliar os pesquisadores no melhor entendimento sobre o problema, para que posteriormente possamos orientar a tomada de decisões a campo'', diz.
O gerente técnico da Aprosoja/MT, Luiz Nery Ribas, destaca que uma das sugestões feitas durante a reunião é que o Grupo de Trabalho possa evoluir para um consórcio nacional. ''Tecnicamente ainda não há dados consistentes para fazer indicações aos produtores, mas a criação do grupo deverá auxiliar os sojicultores no melhor entendimento sobre o problema''.

Sintomas

Segundo os pesquisadores Embrapa, os sintomas observados são o afilamento das folhas do topo das plantas e o engrossamento das nervuras. As folhas apresentam uma tonalidade mais escura em relação às sadias. As hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens também apresentam deformações, redução do número de grãos e apodrecimento de grãos.
Plantas com problemas registram alto índice de abortamento de flores e vagens. Esse abortamento é mais intenso na parte superior das plantas, diminuindo em relação à base, o que impede o processo natural de maturação, fazendo com que a planta permaneça verde no campo, fenômeno conhecido como Soja Louca.
Até que sejam completamente esclarecidas as causas dessa anomalia e os mecanismos que a desencadeiam, não existe nenhuma recomendação específica para o manejo, ou controle desse problema. ''Sugere-se seguir as tecnologias de produção da soja oriundas das reuniões técnicas regionais de pesquisa,'' explica Farias.

Folha de Londrina
Reportagem Local

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Cursos do SENAR em Ibiporã

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (SENAR) oferece diversos cursos em IBIPORÃ e em ASSIS CHATEAUBRIAND.

CTA IBIPORÃ

Mecânico de Tratores e Máquinas Pesadas
- Módulo: Transmissão - linha pesada da Valtra
- Período: 2 a 6/08
Mecânico de Tratores e Máquinas Pesadas
- Módulo: Motor Valtra
- Período: 16 a 20/08
Bovinocultura de Corte
- Módulo: gerenciamento técnico e econômico do rebanho I
- Período: 23 e 24/08
Bovinocultura de Corte
- Módulo: gerenciamento técnico e econômico do rebanho II
- Período: 25 e 26/08
Florestamento (essências florestais nativas)
- Módulo: Vegetação ciliar (silvicultura e nucleação)
- Período: 26 e 27/08
Bovinocultura de Corte
Módulo: Avaliação técnica e econômica da pecuária de corte (Atepec)
- Período: 27/08

CTA ASSIS CHATEAUBRIAND

Operação e Manutenção de Colhedoras Automotrizes
- Módulo: Intermediário em New Holland
- Período: 2 a 06/08
Produção Artesanal de Alimentos
- Módulo: Básico de morango
- Período: 5 e 6/08
Armazenista
- Período: 9 a 13/08
Fruticultura Básica
- Módulo: Citros para mesa
- Período: 16/08
Fruticultura Básica
- Módulo: Mamoeiro e maracujazeiro
- Período: 17/08
Fruticultura Básica
- Módulo: Uva para mesa
- Período: 18/08
Tratorista agrícola
- Módulo: Tratores e implementos
- Período: 23 a 27/08
Embutidos e Defumados
- Período: 23 a 27/08

Informações: Esses cursos destinam-se a famílias de produtores e trabalhadores rurais (esposas e filhos) maiores de 18 anos. Mais informações no telefone (44) 3528-4213 ou e-mail: ctaassis@senarpr.org.br, em Assis Chateaubriand. Em Ibiporã, ligar para (43) 3258-2533 ou 3258-4070 ou acessar o e-mail: ctaibi@senarpr.org.br. A programação de cursos está disponível no site do Senar-PR, clicar na opção cursos e em seguida cursos no Centro de Treinamento Agropecuário (CTA).

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Microalgas são alternativa para a geração de energia limpa

Energia limpa e um futuro repleto de possibilidades – é assim que se pode descrever a viabilidade tecnológica e econômica do uso das microalgas para produção de biocombustíveis, sequestro de carbono e tratamento de efluentes. Essa foi a constatação dos participantes do 1° Seminário Microalgas, realizado em São Paulo.
O encontro reuniu pesquisadores nacionais e internacionais que abordaram temas como: “produção industrial de microalgas para biocombustíveis e sequestro de carbono”; “projetos de desenvolvimento tecnológico da Algae Biotecnologia”; “integração do cultivo de microalgas em usinas de açúcar e álcool”; “utilização de microalgas para tratamento de efluentes urbanos” e “análise de ciclo de vida na produção de biocombustíveis de microalgas”.
Um dos momentos mais aguardados do seminário foi a palestra da cientista e professora doutora da Colorado School of Mines (USA), Maria Ghirardi, que falou sobre os trabalhos desenvolvidos no National Renewable Energy Laboratory (NREL), instituição norte-americana considerada uma das pioneiras em pesquisas com microalgas para produção de biocombustíveis.
De acordo com a professora, a busca por combustíveis alternativos como biodiesel, etanol, metanol, energia solar, entre outros, têm sido uma constante em muitos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde ela atua há 18 anos, o foco das pesquisas é a produção de hidrogênio por meio de microalgas. “O gás hidrogênio oferece grandes vantagens por ser renovável, ter uma combustão limpa (só gera água como resíduo), e principalmente porque sua produção não concorre com a agricultura, ou seja, não compete com a produção de alimentos”, esclarece Maria Ghirardi.
Além de possibilitar a produção de biocombustíveis, as microalgas podem ser usadas na mitigação do efeito estufa, pela assimilação do CO², resultado do processo de queima dos combustíveis fósseis e de práticas agrícolas impróprias (as queimadas, por exemplo). “O cultivo de microalgas pode ser integrado à usinas de açúcar e álcool, com a utilização de sub-produtos da produção do etanol, como a vinhaça. Esta integração permite a economia de insumos fósseis para a produção do biodiesel de microalgas”, destaca outro palestrante do seminário, o professor Reinaldo Bastos, do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de São Carlos.
De acordo com o responsável pelo evento Sérgio Goldemberg, gerente técnico da Algae Biotecnologia, o cultivo de microalgas é feito, inicialmente, em reatores dentro de laboratório. Neles, as microalgas, alimentadas por nutrientes entre os quais o CO², dobram de tamanho a cada dois dias. Elas geram uma grande quantidade de biomassa rica em óleo que pode ser extraída e transformada em biodiesel e bioquerosene para aviação. “Durante o estágio inicial, a biomassa bruta pode ser utilizada como substrato alternativo para biodigestores gerando biogás e biofertilizantes. Além disso, a biomassa contém proteínas que podem ser utilizadas na alimentação animal ou para a extração de compostos de alto valor agregado”, explica Goldemberg.
Outras aplicações também estão relacionadas ao emprego das microalgas, tais como o tratamento de águas residuais de inúmeros processos industriais, para a detoxificação biológica e remoção de metais pesados. “O cultivo de microalgas integrado às Estações de Tratamento de Efluentes ajuda na despoluição ao mesmo tempo em que serve nutrientes para as microalgas”, afirma o pesquisador Paulo Vagner dos Santos, que atualmente faz doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento na Universidade de São Paulo (USP), que apresentou o painel “Utilização de microalgas para tratamento de efluentes urbanos” durante o seminário.
O evento contou ainda com as palestras de Eduardo Jacob-Lopes, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que falou sobre o sequestro de carbono por microalgas, e da química Anna Lucia Mourad, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), que explicou como é feita a análise de ciclo de vida na produção de biocombustiveis de microalgas.
A indústria também teve a oportunidade de expor suas expectativas sobre a tecnologia de microalgas: Paulus Figueiredo, gerente de energia da TAM Linhas Aéreas, abordou as demandas do setor de aviação por bioquerosene, ressaltando que é preciso adotar matérias-primas para a produção de bioquerosene que não impactem negativamente a produção de alimentos e que sejam ambientalmente sustentáveis; Jaime Fingerut, gerente de desenvolvimento estratégico do Centro de Tecnologia Canavieira avaliou a possibilidade de inserção do cultivo de microalgas em usinas de açúcar e álcool e Oswaldo Lucon, da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo abordou legislações e metas de redução de emissão de CO² nos âmbitos do estado e federação.
O evento foi organizado pelo Instituto Ekos Brasil, ONG que desenvolve projetos destinados a preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável, e teve o apoio da Algae Biotecnologia, empresa, pioneira no desenvolvimento tecnológico de sistemas de cultivo de microalgas.

Fonte: Tree Comunicação

Mais renda e respeito às características da Mata Atlântica

Turvo tem um dos mais importantes remanescentes de Mata Atlântica do Paraná: a floresta com araucária representa mais da metade da área do município. ''A produção dos associados da Coopaflora respeita as características do município, que tem esse remanescente florestal importante'', afirma Roseli Cordeiro Eurich, tesoureira do IAF.

Os cooperados cultivam dezenas de espécies diferentes: alcachofra, menta, funcho, sálvia, carqueja, capim-limão, melissa, camomila, macela, erva-mate, entre outras. Essa produção é feita em pequenas propriedades. Segundo o IAF, a área plantada dos 85 associados soma aproximadamente 40 hectares e a maioria das plantas é de espécies exóticas, mas várias espécies nativas também são manejadas. Existem plantas de inverno, de verão e anuais. O IAF aconselha aos produtores para que não cultivem uma espécie apenas, para que não fiquem ''reféns'' das estações ou de imprevistos.
''Esses produtos geram uma rentabilidade maior. Por exemplo, a melissa gera uma renda de até R$ 16 mil por hectare, enquanto o milho proporciona R$ 1,5 mil por hectare'', explica Douglas Dias de Almeida. Roseli aponta que muitos produtores de culturas ''tradicionais'' ficam incrédulos quando se deparam com comparações desse tipo.
''O pessoal tem aquela cultura do milho, da soja e do pinus, e não acredita quando citamos esses números. Muitos têm que fazer para provar'', diz a tesoureira.
Segundo Almeida, recentemente foi aprovado junto ao Ministério do Meio Ambiente um projeto para reproduzir o modelo de Turvo em outras regiões do Paraná e também em Santa Catarina. A iniciativa será implementada por um consórcio de entidades. ''O modelo de Turvo pode ser replicado, mas tudo precisa ser bem avaliado'', alerta o engenheiro agrônomo.

Fábio Galão
Reportagem Local
Folha de Londrina

Em busca da renovação do manejo agrícola

Conceito biodinâmico tenta devolver à agricultura sua força original, não usa defensivos químicos e produz dentro da propriedade preparados para aplicar na lavoura
A Fazenda Terra Nova, localizada em São Jerônimo da Serra, Norte Pioneiro do Paraná, tem 90 alqueires e sempre foi destaque na produção de café. Em 1989, chegou a beneficiar 3 mil sacas do grão. A produção tradicional rendeu bons frutos, foi recorde em vários momentos mas começou a perder força nos últimos anos. Depois de rendimentos médios, os proprietários decidiram renovar os pés de café e também o modo de produção. E resolveram adotar o conceito biodinâmico, que alia toda a essência da atividade orgânica e ainda a relação cósmica e espiritual com a natureza.
O engenheiro agrônomo Egon Prezoto Bertolaccini, 40 anos, filho de Josefina, a proprietária da fazenda, conta que conheceu a agricultura biodinâmica em 2003. Um ano antes começou a trabalhar em uma empresa londrinense que fabricava um produto de compostagem orgânica e durante o processo de certificação desse material acabou tendo contato com esse novo conceito de produção agrícola.
Para conhecer melhor esse modo de produção, Bertolaccini participou de um curso que detalhou o processo e mostrou a essência da agricultura biodinâmica e a relação com a terra. ''Existem as mesmas preocupações da produção orgânica - social e ambiental - mas a biodinâmica exige um ambiente mais equilibrado, diversificado, rico'', destaca o agrônomo.
Entre algumas características do processo, Bertolaccini revela o uso de adubação verde, com o plantio de algumas plantas que podem servir de nutrientes para o cafezal, como por exemplo o nabo forrageiro. Além disso, a agricultura biodinâmica prega a diversificação. Na fazenda Terra Nova, o agrônomo já conta com pecuária e tem aumentado a área de fruticultura.
O processo biodinâmico também prioriza a produção de insumos dentro da propriedade. ''Tentamos minimizar as infestações de pragas, de problemas com o solo, tudo de forma natural. Organizamos e equilibramos a terra'', afirma Bertolaccini. A ideia, acrescenta ele, é ter o mínimo de entrada de materiais de fora da fazenda. Por isso, faz parte desse conceito de agricultura os preparados biodinâmicos. Por meio de um processo homeopático são produzidos insumos dentro da fazenda, com matérias-primas como restos orgânicos e até chifres de animais.

Certificação

Em 2005, Bertolaccini contratou uma consultoria que o ajudou no processo de certificação da produção da fazenda Terra Nova. Agora, o café produzido no local já leva o selo de produto biodinâmico. O selo, segundo ele, agrega valor ao produto, que já teve oferta de R$ 550 por cada saca, mais que o dobro do valor do produto tradicional. Atualmente, conta o agrônomo, o produto tem sido revendido apenas em uma cafeteria de Londrina. Dentro de três meses, acredita, o café deve ter marca própria e deverá ser revendido para outros estabelecimentos.

Erika Zanon
Reportagem Local
Folha de Londrina

Conceito biodinâmico cresce no País

O conceito de agricultura Biodinâmica nasceu em 1924 na Polônia. A pedra fundamental do movimento foi colocada por Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, durante um ciclo de oito palestras voltadas a agricultores. Tem como objetivo a consequência natural da renovação do manejo agrícola, o sanar do meio ambiente e a produção de alimentos mais puros para o ser humano.
Segundo Rachel Vaz Soraggi, presidente da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica (ABD), a ideia é devolver à agricultura sua força original, que acabou se perdendo com o movimento industrial e o direcionamento do setor à monocultura. Ela acrescenta que o processo trabalha não só o que é material, mas também a interferência cósmica na agricultura, como a relação do sol e da lua. ''É uma visão mais holística, que vê o vegetal como um todo e não só o que está por fora'', observa Rachel.
No Brasil, segundo ela, o processo chegou em 1974 pelas mãos de um grupo de alemães. Conforme Rachel, as perspectivas são positivas para o setor, que deve crescer de 10% a 15% ao ano, seguindo os números da agricultura orgânica. ''A demanda para os orgânicos tem crescido significativamente no Brasil e no mundo. Em determinadas redes de supermercado é o segmento que mais cresce. E isso pode favorecer o desenvolvimento da agricultura biodinâmica'', reforça.
Rachel aponta que os preceitos da atividade biodinâmica são semelhantes aos da orgânica. E destaca que as principais diferenças entre os dois é que o primeiro processo utiliza um calendário astronômico e aplica preparados biodinâmicos na lavoura, produzidos e aplicados de forma homeopática. ''A ideia é intensificar tanto as forças da vida da terra quanto as forças cósmicas'', explica.
A presidente da ABD observa que para os que têm interesse em conhecer o processo existem vários cursos, inclusive um que funciona como pós-graduação, promovido pelo Instituto Elos em parceria com a ABD. Segundo ela, já passaram pelo curso centena de pessoas. Existem no País cerca de 30 médios e grandes produtores biodinâmicos. Além disso, a associação atende perto de 500 produtores familiares.

Erika Zanon

Reportagem Local
Folha de Londrina