terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cooperativas familiares terão acesso ao Pronaf Agroindústria

O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou, na semana passada, ajustes no enquadramento das cooperativas e produtores cooperados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A medida será benéfica no Paraná, Estado que tem um cooperativismo forte, porque permite ampliar o número de agricultores vinculados a cooperativas de produção que podem ser atendidos com crédito do Pronaf, explicou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini.
A resolução permite que cooperativas ou associações de produtores que tenham no mínimo 70% de participantes como agricultores familiares possam ser enquadradas como beneficiárias do crédito estabelecido para o Pronaf Agroindústria. E ainda que cooperativas ou associações que tenham no mínimo 55% da produção beneficiada ou processada seja oriunda de associados ou cooperados enquadrados no Pronaf possam ser beneficiárias da mesma linha de crédito.
Bianchini lembrou que essa resolução foi encaminhada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para voto no CMN a pedido da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. O secretário defende a participação das cooperativas no Pronaf, medida que vai auxiliar a Secretaria a implementar os programas de diversificação nas propriedades da agricultura familiar.
“Esse ajuste vai alavancar ainda mais os investimentos estratégicos em programas da Secretaria como Trator Solidário, fortalecimento da cadeia do leite, irrigação e diversificação da produção e agregação de valor por meio da agroindústria”, justificou.
Em reunião realizada na sede da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) em abril deste ano, na presença do secretário nacional da Agricultura Familiar, Adoniram Sanches Peraci, o presidente do órgão, João Paulo Koslovski, defendeu a inclusão dos cooperados, a maioria agricultores familiares, ao crédito do Pronaf, medida que irá impulsionar os investimentos em agregação de valor e na agroindústria.
Segundo Bianchini, a Secretaria da Agricultura tem parceiros tanto na Unicafes (União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária) e Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), cujas cooperativas vinculadas poderão ser beneficiadas por linhas de crédito com juros subsidiados que podem variar de 1% a 2% ao ano. “Com os ajustes será possível ao Paraná avançar ainda mais na política de diversificação da produção”, disse o secretário.
Essas cooperativas a serem enquadradas também terão acesso a capital de giro, conforme previsto pelo Pronaf, e participação no de Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e da merenda escolar. Recentemente, decreto do presidente da República determinou que pelo menos 30% das compras destinadas à merenda escolar sejam compostas por produtos oriundos da Agricultura Familiar.
Fonte: Agência de Notícias Estado do Paraná

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Porque as arvores caem na cidade e no campo não?


O fenômeno acontece em todas as cidades. Bastou um vento um pouco mais forte e vemos árvores caindo sobre carros, fechando ruas, derrubando postes. O efeito nas pessoas destes acontecimentos, presenciados ou apenas na forma de notícia, é o surgimento de um temor cego às árvores, principalmente as grandes, que são vistas como ameaças iminentes de acidentes.
Isso nas cidades. Já no campo, ao contrário, as pessoas se valem das árvores para proteger seus lares contra o vento e o sol forte. Segundo Evandro Firmino, da Vigilância Sanitária de Apucarana-PR “nas fazendas sempre se plantaram grandes árvores ao lado das casas, são como guardiãs que amenizam o vento frio do inverno e o calor do verão. Árvore só cai no campo quando está velha e seca”.
Para descobrir o porquê dessa fragilidade da árvore urbana que o site entrevista o colaborador da ONG TudoVerde, José Carlos Vieira de Almeida.
O pesquisador aponta sem pestanejar a alta impermeabilização da cidade como causa principal da queda de árvores urbanas, e sugere a adoção imediata de calçadas ecológicas nas cidades.




S – O senhor pode nos explicar porque as árvores na cidade caem com tanta facilidade?
V - Primeiro tenho que contar como funciona a fisiologia dos vegetais. Qualquer planta é dividida em duas partes: a parte aérea e a radicular. No caso das árvores, a relação de peso entre estas partes é de um por um.
S – Quer dizer que existem duas árvores?
V – Sim! Pra baixo há outra árvore. E, às vezes, a árvore subterrânea é maior que a árvore aérea. Mas ninguém imagina isso porque não vê a parte de baixo. Todo mundo acha que a raiz é pequena porque quando se arranca vê-se apenas uns 10% dela. A raiz de uma árvore não está apenas sob o tronco, mas atinge uma grande área, muito além da copa.
S – Isso por acaso é para equilibrar a árvore, como os barcos que usam peso no fundo do casco para evitar que virem?
V – Exato. A natureza é muito sábia.
S – A primeira vista causa mesmo estranhamento uma estrutura tão grande apoiada apenas sobre um pilar!
V – Por isso fixar a planta é uma função da raiz. Mas a função vital é absorver água e nutrientes do solo. Essas substâncias são enviadas para as folhas, na parte aérea, onde se transformam no alimento da planta.
S – A famosa fotossíntese...
V – Isso acontece nas folhas, elas usam a luz solar e o gás carbônico (CO2) da atmosfera, somado aos nutrientes e principalmente a água que vêm das raízes para produzir glicose e oxigênio. Todo o oxigênio que existe no planeta apareceu livre por causa da fotossíntese das plantas.
S – O que permitiu surgirem os animais?
V – Os animais não têm capacidade de criar o próprio alimento, por isso são eternos dependentes das plantas. E, na verdade, elas estão preparadas e se aproveitam dessa dependência. Os frutos carnosos, com sementes dentro, são prova de como as plantas alimentam os animais em troca da dispersão de suas sementes, por exemplo.
Voltando ao ponto onde parei. A planta faz fotossíntese para gerar glicose, energia, e manter-se viva. A raiz, por estar no escuro, não faz fotossíntese, e, portanto, ela tem que se alimentar da parte aérea. A glicose das folhas é transformada em sacarose e enviada para as raízes se manterem e crescerem. As raízes usam o oxigênio do solo para queimar a sacarose através da respiração para manter seu sistema energético e liberando CO2 para o solo.
S – Mas então as raízes respiram?
Sim, essa é uma confusão comum. A planta faz a fotossíntese na sua parte aérea, que é a fixação de carbono e a liberação de oxigênio, ao mesmo tempo em que respira, liberando CO2 tanto pelas folhas como pelas raízes. Mas a taxa de fotossíntese é muito maior que a taxa de respiração, então se fixa mais carbono que se libera, e isso faz a planta crescer.
Com o aquecimento global fica evidente que temos que tirar CO2 da atmosfera. Essa é a razão das árvores serem importantes, principalmente nas cidades, onde geramos muito gás carbônico.
S – E como as raízes conseguem respirar debaixo da terra?
Quando as raízes respiram para queimar a sacarose e produzir energia, elas, idênticas a nós, retiram oxigênio e liberam CO2. Como o oxigênio chega à raiz? O solo ideal é poroso, comumente constituído de 50% de minerais e 50% de espaço poroso. Esse espaço é metade água e metade ar. E é esse ar que a planta usa para respirar e continuar viva debaixo da terra. Como o CO2 é pesado ele fica no solo. Para tirar esse CO2 é necessária a entrada de água, que expulsa o CO2, e, depois que a água infiltra, o solo se enche de novo de ar, com 21% de puro oxigênio novo.
S – E se não houver a renovação do ar no solo?
Simplesmente a raízes vão morrendo. Quando o oxigênio some a raiz pára de respirar, de funcionar, e ela morre. Primeiro as raízes mais finas, o que faz a árvore engrossas suas raízes superficiais. Depois ela engrossa a base do tronco, mas continua a perder massa radicular até todo sistema morrer. Enquanto houver um fiapo de raiz ela continua viva, mas o primeiro ventinho mais forte que der, ela cai.
Mas como haverá troca do ar do solo na cidade se está tudo impermeabilizado pelas calçadas, concreto, cimento e asfalto? Existe no máximo uma pequena passagem do tronco, e olha lá!
S – Qual a solução para as árvores não caírem mais?
V – A área permeável, canteiros, em torno das árvores é tão essencial para elas como é o ar para nós. A melhor solução para evitar a queda de árvore são canteiros extensos, as calçadas ecológicas, e de preferência com cobertura de gramados ou forrageiras, isto para evitar a compactação do solo.
S – Cada vez mais prefeituras têm dados descontos no IPTU para imóveis com árvores e calçadas ecológicas.
V – É uma forma inteligente de proteger a arborização e a cidade.
Dr. José Carlos Vieira de Almeida - Eng. Agrônomo
Universidade Estadual de Londrina

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bolsistas das Redes participaram do 3° Encontro de Ciência e Tecnologia do Paraná


Os bolsistas das Redes de Referências para Agricultura Familiar Ana Carolina Oldemburgo, Julia Viana Rubeiro e Yuri Lazarini participaram do 3° Encontro de Ciência e Tecnologia do Paraná com o tema “Ano da França no Brasil”, realizado de 7 a 9 de outubro, no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, no município de Maringá.

O congresso reuniu aproximadamente três mil pessoas e contou com participação do Governador do Estado do Paraná Roberto Requião, a Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Lygia Pupatto, o Ministro de Ciência e Tecnologia Sergio Resende, o Ministro de Assuntos Estratatégicos Daniel Barcelos Vargas, o Vice-presidente do ensino superior da Região de Rhône Alpes na França Roger Fougéres entre outras autoridades.
Os participantes tiveram acesso a conferências, debates, rodada de negócios, feira de produtos, exposição de projetos, palestras de diversos temas como economia do conhecimento, energias renováveis para o desenvolvimento sustentável do Paraná, o Plano de Desenvolvimento Educacional e o apoio às Licenciaturas, além do jornalismo científico.
Segundo o bolsista das Redes, Yuri Lazarini, o congresso trouxe a oportunidade dos bolsistas conhecerem os projetos desenvolvidos em todo o estado. “Nós trocamos e buscamos informações que acrescentaram tanto para o próprio projeto quanto para a carreira profissional. As palestras e os paineis que colocaram temas atuais em debates também foram bem interessantes”, disse.
Além disso, Lygia Pupatto relatou a importância de manter um laço entre mundo econômico societário com as forças universitárias e cientificas nos projetos da Seti desenvolvidos para a agricultura familiar. “Como em qualquer outro setor, a lógica é a mesma: contribuir com o desenvolvimento econômico sustentando o movimento do estado. Queremos transferir conhecimento e aumentar a riqueza na agricultura familiar utilizando as características do estado”, ressaltou.
As Redes de Referências para a Agricultura Familiar têm o apoio do Programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Assessoria de Comunicação das Redes
E-mail: comunicacaoredes@iapar.br

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Blog das Redes estreia Podcast

A partir desta quinta-feira, 1º de outubro, as Redes de Referências para Agricultura Familiar estreiam um Podcast em seu blog. Todas as notícias sobre o trabalho das Redes ficaram disponíveis em áudio através do ipod abaixo. Entrevistas, depoimentos e informações passadas diretamento a todos os visistantes. Ao lado, clique na sessão PODCAST e ouça mais informações sem ser necessário o download do arquivo!

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