terça-feira, 20 de julho de 2010

Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento de Café


 Avaliações de impactos de inovações tecnológicas 
é tema de treinamento

Pesquisadores e analistas da Embrapa Café, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Informática Agropecuária, Embrapa Monitoramento por Satélite, Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia de Campinas e de instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café estão reunidos nos dias 15 e 16 de julho, em Campinas, SP, para Avaliação de impactos sócio-econômico-ambientais de inovações tecnológicas.
No primeiro dia do evento, o pesquisador Geraldo Stachetti, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariuna-SP) falou sobre Avaliações de impactos e gestão ambiental - integração metodológica nas escalas de cadeias produtivas locais e estabelecimentos rurais. "O planejamento estratégico da Embrapa instituiu objetivos de desenvolvimento sustentável em todas as fases do processo de PD&I, sendo a avaliação sistemática desse processo um componente essencial da missão institucional da Embrapa".
Segundo o pesquisador, na esteira dessa realidade, as palavras de ordem para a agricultura atual são: as Boas Práticas de Manejo e Impactos de Inovações tecnológicas, Ambitec-Agro e seus módulos, Inclusão social - Ambitec-social, Gestão ambiental - APOIA-Novo Rural e Desempenho socioambiental e inserção direcionada ao mercado - Eco.cert-Rural. "Isso significa que está havendo uma convergência entre diversas práticas de manejo tecnológico e de desenvolvimento sustentável. Os indicadores ambientais oferecem a base de estudo para compreensão dos processos naturais e dos efeitos positivos e negativos de alterações impostas pelos processos produtivos no bem estar social", completa.
Quando indicadores empregados em Avaliações de Impactos Ambientais - AIAs são integrados com um fim definido, compõem-se os Sistemas de Avaliação de Impactos Ambientais (e de Sustentabilidade). Para Stachetti tais sistemas são ferramentas metodológicas para a gestão ambiental de atividades rurais. A plataforma de AIA da Embrapa tem sido baseada em sistemas integrados de indicadores de sustentabilidade que atendam aos fundamentos quantitativos da ciência de AIA e provejam produtores rurais com instrumentos de suporte à decisão para adoção e gestão ambiental agropecuária.
A Avaliação de impacto ambiental de inovações tecnológicas agropecuárias para o contexto institucional de P&D - Ambitec-Agro, por exemplo, tem o objetivo de promover uma plataforma prática, de aplicações simples e de baixo custo, ao variado espectro de tecnologias agropecuárias. "O sistema se constitui de um conjunto de indicadores objetivamente verificados via 'coeficientes de alteração padronizados', obtidos em vistorias levantamentos de campos junto ao usuário de tecnologia. Os indicadores são formulados em 'matrizes de ponderação' para os coeficientes de alteração com fatores relativos à escala geográfica de ocorrência e normalização para importância, segundo uma construção do tipo multi-critério. É aplicável em tecnologias agropecuárias, agroindustriais, de produção animal e de avaliação de impacto social".
Entre as contribuições do Ambitec-Agro estão a melhoria da compreensão de pesquisadores e produtores sobre as implicações ambientais do desenvolvimento e adoção de inovações tecnológicas agropecuárias; introdução das AIAs em nível operacional no agronegócio, facilitando o entendimento das interações entre tecnologias agropécuárias e o ambiente; melhor aceitação de métodos de AIA de forma que sistema teórica e metodologicamente mais robustos possam ser propostos e introduzidos.
Finalizando os trabalhos do primeiro dia, foi realizada, em conjunto, o detalhamento do conjunto de indicadores do sistema e seus módulos, por meio de exercício de avaliação de uma das tecnologias trazidas pelos participantes e análise crítica sobre a abordagem metodológica.


Segundo dia - Nesta sexta-feira (16), o tema em debate é a avaliação de impactos econômicos e outros impactos, tendo como facilitador o pesquisador da Secretaria de Gestão e Estratégia Flávio Ávila. Para ele, essa avaliação de impacto ao quantificar os resultados gerados, permite medir se a Embrapa está cumprindo os objetivos estratégicos delimitados em seu V Plano Diretor da Embrapa - PDE. O objetivo é demonstrar à sociedade a natureza e a dimensão dos impactos derivados da adoção dos resultados da pesquisa da Embrapa.
"Nessa metodologia, o enfoque é multidimensional: econômico, social e ambiental, e ainda abarca conhecimento, capacitação e aprendizagem e político-institucional. Essa multidimensionalidade é um esforço para medir todos os impactos de forma mais próxima à realidade. Entre os impactos considerados estão incremento de produtividade, redução de custos, expansão da produção em novas áreas, agregação de valor, para medir o excedente econômico", detalha Ávila.
No caso do Consórcio Pesquisa Café, o pesquisador chama a atenção para a importância de quantificar os impactos que realmente são devido a esse arranjo institucional. "No cálculo dos benefícios, deve-se levar em conta o pedigree da tecnologia, o envolvimento de eventuais parceiros na geração da tecnologia e o trabalho desenvolvido fora dos centros de pesquisa pelos responsáveis pela transferência da tecnologia. Além disso, a parceria é fundamental para inserir o olhar externo e diminuir a parcialidade, permitindo uma análise mais próxima possível da realidade", destaca.
O Balanço Social da Embrapa é um dos resultados dos usos institucionais da avaliação de impacto. "A publicação forçou o incremento da qualidade da avaliação. Pode-se dizer que a sustentabilidade institucional da Embrapa é devido ao fato de mostrar o resultado da pesquisa realizada. Nos últimos anos, a Empresa teve seu orçamento e financiamentos incrementados graças ao desenvolvimento da capacidade de mostrar o retorno do dinheiro investido e ainda o lucro social, ambiental etc".
No período da tarde, os participantes estão dedicados ao exercício de avaliação de tecnologias agropecuárias e análise crítica sobre a abordagem metodológica apresentada. Os facilitadores são as pesquisadoras Daniela Marques, da SGE, e Junia Alencar, do Escritório de Transferência de Tecnologia de Campinas.


Legenda: Entre os participantes do evento, estava o Coordenador Mesorregional da Região Norte, Dimas Soares Júnior. 


Fonte: Embrapa Café

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