segunda-feira, 19 de julho de 2010

Capacitação em Planejamento de Unidades de Referências em Sistemas Agroecológicos foi realizado em Londrina

Entre os dias 08 e 10 de junho, a equipe das Redes esteve reunida na sede do Iapar para curso de Planejamento em Unidades de Referências em Sistemas Agroecológicos. Ministradas por técnicos do Iapar, da Emater, da Embrapa, da Universidade Estadual de Londrina e do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), as palestras tiveram foco em práticas agrícolas e pecuárias sustentáveis. O evento contou com a participação de aproximadamente 40 pessoas e foi coordenado por Sérgio Luiz Carneiro, Paulo Henrique Lizarelli e Dirk Cláudio Ahrens.
A capacitação contou, também, com exercícios práticos de plano tático e operacional, além de avaliação e análise dos diagnósticos desenvolvidos no curso. De acordo com o Coordenador Estadual de Agroecologia do Instituto Emater, Paulo Lizarelli, encontros de capacitação são importantes para a difusão das técnicas agroecológicas de produção, pois o processo é mais específico do que o empregado na agricultura convencional.

A agroecologia pode ser definida como a ciência que pretende ajudar na transição da agricultura convencional, mais industrializada, à agricultura com base sustentável e social. Esse processo deve levar em conta o diagnóstico da propriedade, a partir da troca de experiências entre técnico e produtor agrícola; definição dos pontos de modificação, com o estabelecimento de metas e diálogo entre agricultor e técnico extensionista; elaboração do calendário de trabalho; estabelecimento da comercialização e certificação dos produtos.

Ainda de acordo com Lizarelli, é necessária a mudança nos aspectos educacionais, já que o produtor está acostumado a resolver os problemas da lavoura com aditivos químicos. “Na transição agroecológica, a cada problema o produtor deve compreender que a solução está em um processo, não em um produto, mas no todo”. Para o coordenador das Redes Agroecológicas do Centro-Sul e Líder do Programa de Agroecologia do Iapar, Dirk Cláudio Ahrens, a transição de técnicas é motivada pelo custo elevado dos insumos, o risco de intoxicação que o produtor está exposto e o interesse em fornecer alimentos mais saudáveis à população.

Os aspectos econômicos também são limitantes nesta mudança, devido à necessidade de ferramentas e às modificações estruturais e produtivas. De acordo com Ahrens, “as restrições estão no campo técnico e na comercialização, que ainda apresenta alguns gargalos, o produto convencional já tem o seu mercado estabelecido”. A transição deve ser realizada conforme a capacidade gerencial, econômica e física do produtor, e as alterações devem ser gradativas.

Segundo o engenheiro agrônomo e professor da UEL, Maurício Ursi Ventura, “no início, o produtor precisa se adaptar a uma nova tecnologia, às vezes, os custos são até maiores. Com o passar dos anos, quando ele começa a conhecer mais o processo, ocorre a inversão. Com a utilização de métodos naturais para o controle de pragas, ele consegue um equilíbrio maior do solo; diminui a ocorrência de doenças; não utiliza insumos químicos, então ele consegue uma redução significativa nos custos do seu sistema de produção”. Na região de Londrina, a produção agroecológica ainda está no início. No Paraná, cerca de 50 propriedades desenvolvem trabalhos em linhas sustentáveis no projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar.

Reuniões de Planejamento – Complementarmente as atividades de capacitação, a equipe das Redes Orgânicas do Vale do Ivaí realizou reuniões de Planejamento e Diagnóstico das vinte e duas propriedades trabalhadas.

Para o coordenador do projeto, Paulo Lizarelli, “este é o momento em que a equipe está reunida com os gestores locais. São eles que estão no dia-a-dia do município e conhecem mais profundamente a vida e a rotina daqueles proprietários. É o momento de fazermos o consenso dos dados levantados, para verificarmos se eles estão dentro da realidade daquela família”.

No último dia 27, a equipe se reuniu com o Coordenador Mesorregional das Redes da Região Norte, Dimas Soares Júnior. Durante o encontro, foram levantadas diretrizes às propriedades pertencentes ao projeto das Redes de Referência no Vale do Ivaí.

O grupo que atua na região é composto por 25 pessoas, entre bolsistas, extensionistas e o corpo de apoio do Iapar e da Emater. As Redes de Referência para a Agricultura Familiar tem o apoio do Programa Universidade Sem Fronteiras e da Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Renata Santos com a colaboração de Flávio Augusto (e informações do bolsista, Amilton Aparecido Alves, do Coordenador Estadual de Agroecologia do Instituto, Emater Paulo Henrique Lizarelli; do engenheiro agrônomo e professor da UEL, Maurício Ursi Ventura; do coordenador de Agroecologia das Redes no Centro-Sul do Paraná, Dirk Cláudio Ahrens e do Coordenador Mesorregional das Redes da Região Norte, Dimas Soares Júnior)
Bolsistas na Área de Comunicação Social (Jornalismo)
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