quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Propriedades das Redes de Referências recebem visita de técnicos africanos

Os 25 técnicos africanos que visitaram o estado do Paraná no último mês pertencem aos seguintes países: Ghana, Tanzânia, Quênia, Zâmbia, Moçambique, Malawi, Mali, Mauritânia e Lesotho
Técnicos africanos responsáveis por projetos de manejo integrado de solos vieram ao Paraná com o objetivo de participar de um workshop, promovido pela Fundação La Guardia e pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP). O evento, que aconteceu entre os dias 09 e 16 de julho, contou com apresentações de projetos executados no continente africano e com visitas técnicas em três regiões do estado.
No Centro-Sul, cujo foco foi a cidade de Irati, os técnicos africanos entraram em contato com duas famílias vinculadas às Redes de Referências. Elas fazem uso do sistema de tração animal em suas propriedades. Tais agricultores utilizam esse sistema desde o ano de 1993 por conta da iniciativa do Iapar, do Emater e da FEBRAPDP.
Ainda em Irati, a extensionista do Emater, Lutécia Beatriz Canalli, explicou que a integração de instituições, como a Federação de Plantio Direto, o Iapar, o Emater, as pequenas empresas de máquinas e de crédito rural foi a mola propulsora da adoção do sistema de plantio direto em pequenas propriedades sob uma escala que impactou toda a região Centro-Sul do Paraná naquela época e assim permanece até hoje.
Já no Sudoeste, cujos focos foram as cidades de Pato Branco e de Coronel Vivida, os africanos também conheceram produtores que fazem uso de práticas inerentes ao sistema de plantio direto. Mas o destaque da visita foi o incentivo, por parte da prefeitura desses municípios, na diversificação da produção e na agregação de valor através das agroindústrias.
Na Região Oeste, foram visitados diversos empreendimentos rurais nos municípios de Santa Helena e de Missal. Nesses locais, os africanos conheceram as diferentes formas de comercialização e de agroindústrias. O pleno funcionamento desses setores só é possível graças à integração entre instituições, como já mencionado por Lutécia. Um exemplo disso é o Centro Municipal de Desenvolvimento Tecnológico de Santa Helena (CAP), uma vez que ele é mantido pela prefeitura da cidade, pelo Iapar e pela Itaipu Binacional.

Difusão de técnicas
No final do workshop, os técnicos se reuniram na cidade de Foz do Iguaçu, onde discutiram, junto aos cinco orientadores da visita, formas de agregar o conhecimento que adquiriram aqui no Brasil à realidade do continente africano. De acordo com Ademir Calegari, líder do Programa de Manejo de Solos e Água do Iapar, especialista das Redes e um dos monitores do grupo, "o destaque da visita foi a Estação Experimental do Instituto, em Pato Branco, onde eles conheceram o experimento mais antigo de plantio direto do estado do Paraná. O grupo ficou impressionado em ver os resultados alcançados pela adoção do sistema em longo prazo”, conta.
Já para Rafael Fuentes Llanillo, coordenador estadual das Redes pelo Iapar e outro responsável pela recepção do grupo, as principais lições que os técnicos extraíram da visita correspondem à possibilidade de implantação de um sistema de plantio direto em pequena escala, à elevada agregação de valor decorrente das agroindústrias e às diversas formas de comercialização existentes nas propriedades familiares.
Segundo Magalhães Miguel, pesquisador de Moçambique, o grupo teve a oportunidade de conhecer técnicas de plantio direto na palha, disseminadas graças ao trabalho integrado entre os produtores, a pesquisa, a extensão e o poder público. “A avaliação que eu faço é positiva, pretendo levar essa ideia de integração entre instituições ao meu país de origem”, acrescenta Miguel.
O que mais chamou a atenção de Phillis Mwansa, extensionista da Zâmbia, foi a qualidade dos equipamentos usados na agricultura de pequena escala. Phillis também se impressionou com a diversidade de espécies de plantas para cobertura vegetal. “Pretendo adaptar esses implementos agrícolas à realidade do meu país para intensificar a aplicação de práticas de conservação do solo”, conclui a técnica.

Plantio direto
As primeiras experiências com o sistema de plantio direto no Brasil foram realizadas pelo produtor Herbert Bartz, em Rolândia (PR), no ano de 1972. As experiências com pequenos produtores da Região Centro-Sul começaram nos anos de 1980, mas foi na década seguinte que essas práticas se tornaram populares, graças ao incentivo do Iapar, da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP) e também de empresas privadas.
De acordo com Ademir Calegari, mais de 85% da área de grãos do estado está inserida no sistema de plantio direto, o que equivale a aproximadamente 4,8 milhões de hectares. Diante desses dados, o Paraná lidera o ranking brasileiro de produção sustentável. “A previsão para os próximos anos é de que esse número ainda sofra incremento por conta da diversidade de benefícios decorrentes dessa técnica de plantio sustentável”, conclui o pesquisador.

Crédito de imagem: Arquivo/Projeto Redes
Crédito de texto: Cinthia Milanez
Bolsista de Comunicação Social – Jornalismo
Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar / CNPq/ IAPAR / EMATER
Telefone: (43) 3376 – 2274
E-mail:
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Projeto Redes negocia parceria com a empresa Diplomata

Diretoria da empresa Diplomata e integrantes do Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar podem firmar convênio para o acompanhamento de propriedades leiteiras da Região Oeste do Paraná

Cerca de seis produtores de leite da Região Oeste do Paraná podem ser vinculados ao Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar dentro de pouco tempo. O convênio deve ser firmado com a Diplomata. De acordo com o pesquisador da Unidade Regional de Pesquisa Oeste (URP-Oeste) do Iapar, Luiz Moreira Coelho Junior, o Projeto Redes Oeste se encontra em fase de definição de sistemas e de propriedades e, por isso, seria o momento adequado de estabelecer uma parceria. “Esse convênio pode gerar referências em sistemas melhorados de leite na região”, acrescenta.
Segundo Coelho Junior, primeiro é necessário um estreitamento entre as diretorias do Iapar e da Diplomata para a oficialização de um convenio de cooperação. A partir daí, serão deflagrados o diagnóstico e o planejamento de cada propriedade, o que corresponde ao principal instrumento de condução do trabalho. A Diplomata seria a responsável pelo acompanhamento desses produtores e receberia supervisão técnica e metodológica do Projeto Redes Oeste.
A principal motivação da empresa é que o acompanhamento dos estabelecimentos rurais poderá proporcionar melhorias na gestão, redução nos custos de produção e aumento da rentabilidade dessas famílias em um período de tempo de médio prazo, garantindo sustentabilidade na oferta de leite em todas as épocas do ano. “A parceria do Iapar garantiria fundamento técnico e capacitação do pessoal da Diplomata, ao mesmo tempo, fortaleceria a representatividade das Redes de Referências no Oeste do Paraná, onde os sistemas leiteiros vêm sendo trabalhados pelo Emater e pelo Iapar”, conclui o pesquisador.

A empresa Diplomata
A empresa Diplomata Industrial e Comercial está sediada na cidade de Cascavel (PR) e possui filiais em outros cinco estados, dentre eles: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ela trabalha com produção e exportação de aves, suínos, além de produtos derivados do leite, por isso o interesse nas propriedades vinculadas às Redes da Região Oeste do estado.
De acordo com o superintendente do setor de laticínios da empresa, Paulo Maurício Bernardini Basto da Silva, a Diplomata realiza parcerias público-privadas desde o ano de 2006. Segundo ele, o principal objetivo dessa iniciativa é orientar os produtores para que eles aumentem a qualidade da matéria-prima e, consequentemente, do produto que chega até o consumidor final. “Com isso, todo mundo ganha, desde o pequeno produtor até o consumidor final”, conclui o superintendente.


Crédito de imagem: Arquivo/Projeto Redes
Crédito de texto: Cinthia Milanez
Bolsista de Comunicação Social – Jornalismo
Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar / CNPq / IAPAR / EMATER
Telefone: (43) 3376 – 2274
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