segunda-feira, 24 de maio de 2010

IAPAR mostra tecnologias em festa do agricultor em Dr. Ulisses

O IAPAR apresentou na II Festa do Agricultor Familiar ocorrida na cidade de Dr. Ulisses, na região do Vale da Ribeira, no final de semana passada (15 e 16), as tecnologias desenvolvidas para aquela região, considerada território da cidadania. Com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o instituto desenvolve projetos regionais que visam à adaptação de tecnologia sustentável e formação de técnicos e produtores familiares.
Durante a festa do agricultor, o instituto distribuiu material com informações sobre as pesquisas realizadas naquela região e apresentou aos visitantes mudas da palmeira real, pupunha e sementes de adubos verdes.
De acordo com a administradora da Estação de Pesquisa do IAPAR em Cerro Azul, município vizinho, Ivete Efigênia da Silva Evangelista, o estande foi bastante visitado. "Alcançamos nossos objetivos que é mostrar o trabalho de pesquisa que a instituição desenvolve aqui na região", completou Ivete.

Ela informou que o instituto vai trabalhar também em Dr. Ulisses com abacaxi, caprinos, mandioca e maracujá, transferindo estas tecnologias pesquisadas como alternativas de produção e renda.

Esse trabalho integra os projetos regionais para aquela região e têm por objetivo o treinamento de produtores e técnicos da assistência técnica e extensão rural em tecnologias para produção de citros, maracujá, abacaxi e banana; a produção de mudas certificadas de citros; a apresentação de variedades e tecnologia sustentável de produção de mandioca para a região; a demonstração de tecnologia de produção de caprinos para carne; e a disponibilização de material genético de alta qualidade para produtores do Vale da Ribeira, informou o coordenador-geral da unidade de pesquisa do IAPAR, em Curitiba, Nilceu Ricetti.

Ele representa o instituto no Fórum do Vale do Ribeira formado por representantes de várias instituições. Segundo Ricetti, na condição de território da cidadania, o Vale do Ribeira recebe recursos federais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do MDA e do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, além de investimentos do governo estadual. Os recursos para o projeto chegam perto de R$ 1 milhão.

Ricetti destacou que a região já é a maior produtora de poncãs no estado e que parte dos recursos será utilizada na construção de uma estufa, que junto com a já existente, terá capacidade para 30 mil mudas de citros. Ele também destacou propostas com mandioca, indicando cultivares para mesa.

Está em estudo também a montagem de uma vitrine tecnológica na Estação Experimental do IAPAR em Cerro Azul para difusão de tecnologia em caprinocultura, além da disponibilização de matrizes para produtores do vale, em associação com a unidade de pesquisa do instituto em Pato Branco.

De acordo com o pesquisador, a melhoria genética de caprinos é uma necessidade na região. "São projetos de várias naturezas, que estão sendo discutidos dentro da demanda da região", observa Ricetti, acrescentando a possibilidade da inclusão de propostas em sistemas agroflorestais, com palmáceas e seringueira.

FESTA DA LARANJA - A Festa da Laranja, um dos eventos mais tradicionais de Cerro Azul, que acontece nos dias11, 12 e 13 de junho será uma boa oportunidade para o IAPAR divulgar as pesquisas desenvolvidas no Vale da Ribeira. De acordo com o pesquisador Nilceu Ricetti, a intenção é mostrar durante o evento o manejo de caprino e ainda as tecnologias de interesse regional em citricultura, borracha, palmáceas e adubação verde. O município de Cerro Azul é um dos maiores produtores de cítricos da região do Vale do Ribeira, com cerca de seis milhões de caixas por ano. Uma de suas maiores atrações é a Festa da Laranja que apresenta ao Estado os produtos produzidos pela agricultura local.

Iapar

Ao completar 54 anos Emater homenageia Orlando Pessuti

O governador Orlando Pessuti foi homenageado nesta quarta-feira (19), em Curitiba, pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Ele foi o primeiro extensionista da instituição a assumir o Governo do Estado. Além do governador, outros profissionais que se destacaram foram lembrados pelo instituto, que completa 54 anos de extensão rural no Paraná.
Pessuti enfatizou a importância do trabalho da Emater para o desenvolvimento da agricultura no Paraná. “O instituto teve uma contribuição decisiva para que pudéssemos transferir aos agricultores do Paraná um conjunto de informações e tecnologias que possibilitassem esta agricultura e pecuária exemplar que temos hoje. Temos um alto índice de produtividade e o melhor sistema cooperativista de nosso país”, ressaltou.

“Sinto-me honrado em fazer parte desta grande escola que é a Emater. Em 1979, quando ingressei, pude acompanhar de perto as necessidades dos agricultores. A partir daí ingressei na carreira política, que foi a melhor maneira que encontrei de ajudar no desenvolvimento da agricultura. Em toda minha trajetória nunca me afastei de minhas convicções de trabalhar para o aprimoramento da extensão rural”, destacou Pessuti.

Formado em Medicina Veterinária, Pessuti foi contratado pela Emater em 8 de agosto de 1979 para trabalhar na região de Ivaiporã. Em 1982 tirou licença sem vencimento - de 1 de abril a 31 de agosto, para fazer a campanha política que o elegeu pela primeira vez deputado estadual.

Receberam homenagens como destaque no setor empresarial o presidente da Coamo, José Aroldo Galassini, extensionista no período de 1968 a 1972, e o presidente da Ocepar, João Paulo Koslowski, extensionista no período de 1973 a 2008. No setor público a homenagem foi para o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicentro, e extensionista entre 1978 e 2004, Jorge Luiz Fávaro.

“Pessuti tem um compromisso histórico com a agricultura do Paraná, sempre esteve ao lado da Emater. Ao longo dos últimos anos, ele participou da criação de vários programas voltados ao social e a agricultura. Destaque para o programa Leite das Crianças, que é uma luta dele desde a época de deputado. Este projeto é um dos mais completos, por trabalha com a produção, consumo e com o lado social”, afirmou diretor-presidente da Emater, Arnaldo Bandeira.

54 ANOS - De acordo com Bandeira, desde o inicio da instituição passaram pela Emater 8 mil extensionistas rurais em seu quadro de funcionários. Para o diretor-presidente, a área está em ascensão. “Trata-se de um momento de reconstrução e fortalecimento deste serviço tão importante para a agricultura. Passamos pela década de 1990 esquecidos. Nos anos 2000 o serviço foi restabelecido e surgiram importantes programas de desenvolvimento da agricultura, como o Trator Solidário e o Leite das Crianças”, explicou.

Bandeira ressaltou a importância de políticas públicas orientadas para a agricultura familiar. “No governo Requião-Pessuti, em 2003, foram retomados os investimentos na área da agricultura. As ações foram voltadas para o centro expandido, para o fortalecimento de programas de apoio a pequena agricultura. Esta visão do governo estadual de fortalecer a nação tem sido fundamental para o desenvolvimento do Paraná”, afirmou.

“O Paraná foi desbravado pela Emater. A atividade agrícola assistencial pela extensão rural ganhou força na década de 1970, com o trabalho da Emater. Devemos muito aos profissionais que por meio de seu apoio técnico ajudaram a desenvolver o Paraná”, afirmou o secretário da Agricultura, Erikson Chandoha.

A Emater oferece assistência técnica e orientação aos agricultores, desde o processo de produção, qualificação da produção, industrialização, agregação de valor e organização dos agricultores. “Políticas públicas aliadas à orientação técnica criam as condições técnicas favoráveis ao processo de desenvolvimento”, disse Chandoha.

O secretário destacou os bons resultados da assistência rural. “A agricultura rural depende do governo, ela deve ser assistida diuturnamente. Nas décadas de 1970 não existiam políticas públicas voltadas a esta área. Hoje estamos recuperando o tempo perdido. Hoje vemos jovens retornando ao campo, graças as oportunidades de trabalho, novas escolas, universidades, que garantem uma vida de qualidade”, frisou.

PUBLICAÇÃO - A Emater lançou, durante o evento, duas publicações: “Emater em Revista”, dirigida a formadores de opinião da agricultura e parceiros da extensão rural; e o segundo volume do livro “Estratégias Metodológicas da Extensão Rural do Paraná”.

“A Emater também é uma política pública de assistência técnica, essencial ao desenvolvimento do meio rural. Vivemos um momento em que se pensava que a presença do estado não era importante no processo de desenvolvimento, era um pensamento neoliberal que desarticulava este processo. O governo Requião-Pessuti retomou a presença do estado como um articulador do desenvolvimento. Esta é a ideia de nossa divulgação”, ressaltou o diretor-presidente da Emater.

A revista foi criada em parceria com um jornal de Maringá. O editor chefe é o jornalista da Emater, Sérgio Schmitt, e as matérias são assinadas por diversos jornalistas, de várias regiões do Estado, expressando a diversidade dos temas. Já o livro é resultado do extenso trabalho de uma equipe de técnicos da Emater e apresenta 23 relatos de quem participa concretamente da vida das comunidades.

Seab

Uso de bactérias no solo aumenta colheitas em mais de 50%, diz ONU

Estudos foram realizados em plantações de soja sem fertilizantes do Quênia
O Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (Pnuma) anunciou que é possível aumentar em mais de 50% a produtividade das lavouras sem recorrer ao uso de fertilizantes.
A descoberta foi anunciada na última terça-feira, dia 18, durante a abertura de uma conferência no Centro Agroflorestal Mundial em Nairóbi, no Quênia. O encontro discute como os microorganismos trabalham no solo e como eles podem ser utilizados.

O projeto internacional de pesquisa intitulado 'Manejo Sustentável da Biodiversidade Subterrânea' observou a relação entre os microorganismos presentes no solo e a produtividade das plantações.

Estudos realizados no Quênia indicaram que o uso de alguns tipos de bactérias no solo das plantações de soja aumentou a lucratividade das lavouras entre 40% e 60%, sem o uso de fertilizantes.

Quando microorganismos foram usados em plantações, com o auxílio de fertilizantes orgânicos, as colheitas dobraram. Neste cenário, os custos caíram e a lucratividade das lavouras aumentou. Os microorganismos ajudam ainda no melhor aproveitamento da água e dos nutrientes.

Segundo o Pnuma, outra descoberta importante é que, em alguns casos, as bactérias ajudaram a combater doenças nas lavouras, diminuindo a necessidade de pesticidas.

O projeto internacional de pesquisa sobre a biodiversidade subterrânea deverá durar oito anos e conta com o apoio de cientistas do Brasil, Costa do Marfim, Índia, Indonésia, México e Uganda. O Pnuma fornece suporte na implementação do projeto.


Canal Rural