terça-feira, 20 de julho de 2010

Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento de Café

Potencial inovador de tecnologias é discutido em Campinas

Pesquisadores e analistas da Embrapa Café (Brasília-DF), instituições do Consórcio Pesquisa Café, Embrapa Informática Agropecuária e da Embrapa transferência de Tecnologia (Campinas-SP) participam em Campinas, SP, do curso "Diligência da Inovação: Metodologia para Análise e Avaliação de Tecnologias". O evento tem como facilitador o consultor Bruno Moreira, do Instituto Inovação, e contou, na abertura, com a presença da gerente-geral da Embrapa Café, Mirian Eira, e da chefe de P&D da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massrhuá.

Inicialmente, foi discutido o conceito de inovação - a exploração com sucesso de ideias, novas ou aprimoradas, que vai além de novos produtos e processos - e apresentado o contexto da inovação no Brasil. "Essa visão é importante para identificar o potencial inovador, de negócio e de transferência das pesquisas", garante o facilitador. Outra questão destacada como importante para que a cultura inovadora prevaleça é o incentivo ao comportamento empreendedor de pesquisadores e gestores das instituições de pesquisa. "Mas antes é preciso uma mudança de modelo mental, na maioria das vezes burocrático e acadêmico. Nos dias de hoje, perseguir o processo inovador é imprescindível para a competitividade institucional e mercadológica das instituições de pesquisa", explicou Moreira.
Outro aspecto bastante destacado pelo consultor foi a importância da parceria entre a pesquisa e empresas, uma abertura, segundo ele, de "dentro pra fora e de fora pra dentro". Essa é a chamada Inovação Aberta, que preconiza a relação com parceiros externos como vantajosa para se acelerar o processo de inovação. "Nesse modelo, a utilização do conhecimento não se atém aos limites das instituições de pesquisa e o conhecimento que não serve para um pode servir para outro(s) e vice-versa, criando uma situação em que todos saem ganhando".
As expectativas são positivas. "Na prática o cenário está em processo de mudança, e para melhor. Já há uma cultura de propriedade intelectual. Além disso, o Brasil tem vocação científica, criatividade de seus pesquisadores, disponibilidade de recursos financeiros e a disseminação da cultura de inovação. Na maioria das instituições, observa-se uma consciência da importância da inovação e uma busca massiva por recursos, processos estão em andamento, como formação de comitês de inovação, critérios de balanceamento de portfólio, busca por novas metodologias e ferramentas etc. Por outro lado, ainda prevalece inexperiência na interação com empresas, dificuldade de sair do discurso e as pessoas têm pouca preocupação com a promoção de inovação. Mas isso não é fator desanimador, só um indicativo da urgência de se reforçar a ponte entre pesquisa, inovação e mercado", complementa.
Identificação de tecnologias com potencial de negócio e transferência - Moreira destacou a importância de se fazer uma análise técnica e comercial e apresentou a metodologia eficaz nessa análise, a "Diligência da Informação". "Ela faz a caracterização da tecnologia, a análise de mercado, a análise de viabilidade econômica e a prova de conceito. "Esta, a prova de conceito, é o que falta para a tecnologia ter requisito de mercado. Quem identifica esse requisito e os demais itens da diligência são o pesquisador em conjunto com o profissional com mais visão de mercado. Basta desenvolver a capacidade de perceber o potencial inovador da tecnologia ou produto".
Para o pesquisador do Incaper, Antonio Elias Sousa, o treinamento está sendo intrigante, interessante e muito importante por proporcionar conhecimentos para a área de transferência de tecnologia e valorizar o papel social da tecnologia e do pesquisador que a gerou, ao relacionar o produto da ciência com o mercado. O analista do escritório da Embrapa Transferência de Tecnologia em Campinas, Marcelo Mikio, tem também uma avaliação bastante positiva do evento. "A capacitação está sendo muito proveitosa e um estímulo para se buscar mais conhecimentos na área, ajudando a semear a cultura de inovação nas unidades da Embrapa".
O evento foi co-organizado pela Embrapa Café e Embrapa Informática Agropecuária e segue até hoje, 14 de julho, quando estão sendo apresentados e discutidos casos de diferentes setores e realizada oficina prática de análise das tecnologias trazidas por cada um dos participantes.

Fonte: Embrapa Soja

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