quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um olhar de quem está chegando agora

O engenheiro agrônomo e pesquisador voluntário do Projeto Redes, Rodolfo Monice

O fitotecnista Rodolfo Monice se formou em 1971 pela Esalq/USP, de Piracicaba, em São Paulo. Logo depois, se mudou para Ribeirão Preto, também em São Paulo, onde trabalhou por nove anos na Multinacional Dupont. Em 1980, começou a atuar na sede do Iapar, em Londrina, como pesquisador da área de produção e experimentação até se aposentar, em 2003.
A partir daí, trabalhou por oito anos na Cooperativa Agropecuária dos Cafeicultores de Porecatu e há um mês, foi convidado para fazer parte do Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar como pesquisador voluntário. Na entrevista abaixo, Rodolfo expõe e avalia o papel da pesquisa e da extensão no setor agrícola paranaense.

Rodolfo, qual a sua função no Projeto Redes?
Eu gostaria de deixar claro que a minha presença aqui, ela não se encaixa dentro da área de socioeconomia. Eu sou agrônomo, sempre trabalhei na área de fitotecnia, de engenharia agrícola, de física de solos, etc. Então, eu estou aqui justamente para fazer um acompanhamento mais técnico e menos sociotécnico da situação.

Do ponto de vista técnico, o que deve ser feito para garantir a produtividade do pequeno agricultor?
Olha, em primeiro lugar, a gente tem que olhar muito bem na questão do manejo do solo. Quer dizer, não existe uma receita de bolo, porque o Paraná é um estado que é uma colcha de retalhos. Eu trabalhei no Iapar por 35 anos, depois eu fui trabalhar em uma cooperativa na região do Paranapanema e parecia outro mundo. Você não pode olhar a tecnologia agrícola como uma receitinha de bolo. É aí que entra o papel do técnico e onde se tenta destruir os pacotes tecnológicos, que dentro do processo de modernização da agricultura, na década de 1970, foram um veneno.

E qual o papel da pesquisa nesse cenário que você caracterizou como sendo uma colcha de retalhos?
O papel da pesquisa é o de colocar uma equipe multidisciplinar para analisar cada situação de acordo com sua especificidade, porque cada caso é um caso. Mesma coisa se você tiver 10 filhos e comprar um livro que ensine como educar um filho, você vai ver que não vai adiantar nada porque cada um é de um jeito. Então, eu acho importante o técnico envolvido ter a consciência de qual tecnologia vai usar. E a função da pesquisa é de conscientizar esse técnico.

Em relação ao trabalho que você desenvolveu na região do arenito por oito anos, surtiu algum resultado?
Nesse período, eu consegui construir uma ponte muito grande entre o Iapar, a Embrapa e a Cooperativa Agropecuária dos Cafeicultores de Porecatu. Foi aí que nós demos um passo muito importante, porque a região é marginal, precisava da nossa atenção. Nós montamos uma mini-estação experimental e desenvolvemos um projeto de integração lavoura-pecuária. E eu estou aqui tentando levar o Projeto Redes para essa região também.


Crédito de texto e imagem: Cinthia Milanez
Bolsista de Comunicação Social – Jornalismo
Projeto Redes de Referências para a Agricultura Familiar / CNPq/ IAPAR / EMATER
Telefone: (43) 3376 – 2274
E-mail:
comunicacaoredes@iapar.br

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